quinta-feira, 15 de junho de 2006
outro dia quem sabe
Tão incerto quanto amanhecer de olhos abertos. Tão fugaz quanto um verso impiedoso, que atravessa a sola dos pés sem pedir licença. E não adianta lamber o freezer da geladeira, nem coçar a frieira com o garfo. Não é simples assim para acabar com a agonia. Não encerra com veneno. Porque nada mata a lesma pra sempre. Quando você menos esperar, terá uma à sua espera, embaixo do travesseiro.
quarta-feira, 14 de junho de 2006
viva lutero

O desenho fica exposto até 9 de julho na Galeria Weisser Elefant, integrado a mostra Brasil + Berlin – Arte Contemporânea Brasileira em Berlim. Se você for a Alemanha, confira de perto a obra. Mas se preferir seguir sentado e pulando de site em site, clica em http://marciax.uol.com.br
calmaria
Para ler ouvindo Born Stubborn, do CD Roots do Sepultura
Hoje só tenho ouvidos pra pancadaria. Guitarreira rasgada, tosca, ensurdecedoramente suja. É tão bom, dá uma vontade de chutar mesas e cadeiras e espalhar cacos de vidro pela casa. A dádiva seria, se em meio a essa confusão, as paredes rompessem com a pressão d'água.
Hoje só tenho ouvidos pra pancadaria. Guitarreira rasgada, tosca, ensurdecedoramente suja. É tão bom, dá uma vontade de chutar mesas e cadeiras e espalhar cacos de vidro pela casa. A dádiva seria, se em meio a essa confusão, as paredes rompessem com a pressão d'água.
terça-feira, 13 de junho de 2006
cena de hoje
Um velho chorando. Sentado na escadaria de uma velha casa de madeira. Roçando o pé no assoalho riscado e podre. Barba rala e olhar amargo. Suspira, seca algumas lágrimas com a manga da camisa, apóia-se nos joelhos e levanta. Bate as botas cheias de barro na escada e entra na casa. Silêncio.
Na cozinha, abre a geladeira tira seis gatos albinos do freezer e os acomoda em seis pequenas cadeiras. Ele e os gatos à mesa jantam um rescaldo do almoço. Uma certa coisa gosmenta, fedorenta e, mesmo assim, de dar água na boca. A primeira garfada só vem depois da oração. Entre miados e grunhidos, todos dizem amém e devoram a comida.
Na cozinha, abre a geladeira tira seis gatos albinos do freezer e os acomoda em seis pequenas cadeiras. Ele e os gatos à mesa jantam um rescaldo do almoço. Uma certa coisa gosmenta, fedorenta e, mesmo assim, de dar água na boca. A primeira garfada só vem depois da oração. Entre miados e grunhidos, todos dizem amém e devoram a comida.
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