Um dia desses, na beira de um rio fumegante de frio, ouvi
Oblivion. Caminhei rio adentro, pés gelados e o sangue bombando desenfreadamente. A melodia fisgava meu corpo como se fosse uma bando de piranhas rasgando a pele. Fechei os olhos e segui caminhando. Atravessei o rio, atrás um rastro de sangue. Do outro lado do nevoeiro, Piazzolla seguia tocando
Oblivion.
- Eu tiro o que é da vida e entrego à morte. E quero que você continue devolvendo à vida cada morte sua.
foto: mugnolini