segunda-feira, 23 de junho de 2008

gramado

Falando em Gramado, o festival deste ano tem tudo para ser o melhor das últimas décadas, mas também pode e deve ser alvo de politicagem.

Explico.

É que como tudo na vida pública, seja a lixeira que você chuta ou a lâmpada de mercúrio lá do alto do poste que você quebra com um tijolo, tudo tudo é controlado pelo governo. E se a lâmpada continua quebrada, só em parte a culpa é do prefeito, a outra parte da culpa é de quem quebrou. Agora se a lâmpada simplesmente queimou a culpa é do funcionário público que não trocou e também do prefeito.

Ossos do ofício. Afinal de contas, ninguém pediu pra ser prefeito.

Voltando à Gramado. E como tem lâmpada queimada e quebrada por lá...ou vai dizer que você também acredita que Gramado sejam só aquelas duas ou três ruas mais centrais? Em Gramado também tem favela, mas lá elas ficam escondidas, embaixo do tapete vermelho.

Well, ao Festival.

O Festival de Cinema de Gramado é coordenado pelo Secretário de Turismo (sic). Seja lá quem ele for. Não importa se é como em Caxias, que gente que nunca leu um livro na vida vira coordenador de espaço público, ou se o cara é letrado na França. Aliás, a tendência é que intelectuais só sirvam pra ser intelectuais e não pôr a mão na massa.

Então, em Gramado, terra onde Michael Jackson deveria morar, visto que a fantasia importa mais do que a realidade, o secretário de Turismo...sic...é o papa do festival. Invariavelmente é um cara que vibra com o Arnold Shwarzenegger e chora com Tom Hanks, e pensa que o Ruy Guerra é panamenho e cantor de bolero.

No entanto, pra salvar o festival do derradeiro fim e do completo desterro artístico, há 3 anos resolveram chamar o crítico Carlos Avellar e o cineasta Sérgio Sanz pra dar mais credibilidade ao certame. É como se pra moralizar o futebol brasileiro, ao invés de matar o Dunga, a gente comesse (no sentido canibalesco) o Ricardo Teixeira. Well, com a vida desses dois bons velhotes, que ainda não têm idade pra ser papai noel, Gramado voltou a respirar.

Mas.....porém....contudo....todovia....Gramado ainda não saiu do coma. Ainda é um moribundo festival. Pra piorar as coisas, não é certo que Gramado manterá Avellar e Sanz como curadores, porque tudo vai depender das alianças políticas. Parece piada, mas é sério. Se a oposição levar...muda o cenário. Ou não?

Parece papo de bêbado esse assunto, mas eu juro que estou sóbrio.

Então, neste ano, enquanto estiver caminhando por aquele longuíiiiiiiiiiiiiiiiiiiiisimo tapete vermelho, cheio de purpurina, pense que o festival pode ter seu fim logo a seguir, dias depois da sua caminhada. Avellar e Sanz estão salvando o festival, mas político - invariavelmente - não se importa com gente como Sanz e Avellar, então é bem capaz que mesmo com a vitória da situação, a dupla vá bailar.

Ou não.

Vai saber.

Em Gramado tudo pode.

Quer prova? Liga lá no Ministério da Cultura e no Ministério Público e pede como andam as contas do Festival de Gramado. Pede se eles conseguiram provar os gastos das últimas edições...

Mesmo assim, é ferro na boneca e dê-lhe investimento da Petrobras, Nescafé...e por aí vai.

Isso ainda vai dar filme. Mas só poderá ser dirigido à moda Hunter.

Fui.

3 comentários:

Diego disse...

otimo post, Mugnolini!
espero que quem nunca leu um livro e coordena espaco publico tambem leia.
perdao pela falta de acentos. eh que aqui "tem disso nao!"

abracos!!!

Marcelo Andrighetti disse...

Pelo menos alguns pseudo-intelectuais-acadêmicos estão surgindo! Dizem por aí que o Gramado Cine Vídeo baterá o publico do Festival de Cinema..

Dani disse...

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