A morte de Michelangelo Antonioni é mais do que o fim de uma carreira. Antonioni era o último de um clã que surgiu para o mundo com suas investigações pelo neo-realismo italiano. Movimento estético surgido após o fim da Segunda Guerra Mundial por cineastas como Vittorio De Sica, Roberto Rossellini, Luchino Visconti, Federico Fellini e Pier Paolo Pasolini.
O mais notável desse período é que todos eles surgiram a partir do neo-realismo, mas cada um perseguiu seu estilo. Se Fellini transformava sonhos em filmes, Antonioni nos devolvia às angústias, medos e conflitos de encarar um mundo em veloz transformação. E sempre experimentando conceitos estéticos diferentes.
Não por acaso foi muito bem premiado Europa afora: A Noite (1961), recebeu o Urso de Ouro do Festival de Berlim (Alemanha); O Eclipse (1962), o Prêmio Especial do júri de Cannes (França); e O Dilema de uma Vida (1964), Leão de Ouro de Veneza (Itália) e Blow Up _ Depois Daquele Beijo (1966), Palma de Ouro em Cannes.
Com Antonioni se aprende que o amor dura mais do que a frivolidade de um beijo roubado; que à noite afloram sentimentos sinceros, nem sempre bem recebidos; que a memória é mais vigorosa do que a lucidez; e que a única certeza é divagar além das nuvens. E que assim seja.
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3 comentários:
Uma das minhas melhores lembranças de Antonioni foi uma noite fria em Londres, em 1998, bebendo cerveja com os amigos e sendo hipnotizado por Zabriskie Point, do Antonioni!
Por causa deste filme que to indo pra California em Setembro fazer a viagem de LA pra Las Vegas de carro, via Death Valley!
Salve essa geração espetacular de cineastas italianos!
Detalhe: O filme passou na BBC 2, canal de TV aberta da Estatal Britânica! Globo e você, tudo a ver!
Só não vai me cantar "Garota eu vou pra Califórnia, viver a vida....nas ondas...ser artista de cinema..."
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