quinta-feira, 9 de outubro de 2008

bom te ver, sabiás e bem-te-vis

Antes mesmo do primeiro sinal de novo dia, e ainda sob o silêncio da madrugada, quase manhã, naquele instante entre o cessarde ruídos da cidade e o sono profundo dos passarinhos, fui acordado de um jeito tão simples, e por isso mesmo sublime:

- Oi, filho...que bom te ver aqui...

Não fiquei comovido só pelo instante, mas fiquei comovido porque é recorrente esse carinho. Desde que nasci só tenho lembranças singelas do meu convívio com o meu pai. Passei com ele por todas as fases dos mais famosos comerciais de telvisão que emocionam a todos. Verdade, pode lembrar de qualquer comercial em que se podia ver um pai e filho felizes, era como se fosse na minha casa. Por isso eu sempre chorava de emoção, e sempre recebia um abraço apertado.

Naquele tempo, se eu caísse de bicicleta meu pai tava ali pertinho e me ajudava a levantar, se eu levasse uma porrada no futebol, meu pai ensinava a driblar melhor e fazer finta pra escapar da falta. Agora é um novo tempo. Tempo de me dedicar mais a ele, da mesma forma com que meu pai se dedicava a mim e a minha irmã. É hora de pagar, com amor, as madrugadas de sono que tirei dele, as tardes de sol que ele passava comigo, os domingos de futebol, que ele me levava pra jogar. Agora é a minha vez.

Durante o café da manhã, enquanto meu pai pedia silêncio pra ouvir o canto dos sabiás e bem-te-vis, comecei a preparar o sanduíche dele. Estavamos de costas um pro outro. Ele na cama, eu numa mesa. E me deu a impressão de que eu estava sendo vigiado. Pensei que meu pai estivesse cochilando, mas na real, estava me fitando, com um sorriso cativante. Me olhou e com os olhos cheios de amor, disse:

- Quem bom te ver aqui meu filho...

Me aproximei.

- Bom te ver também pai...

E o pouco que conversamos ali, numa troca de 2 ou 3 frases cada um será inesquecível. Mas não diz respeito, pelo menos por hora, a mais ninguém.

5 comentários:

Éverton Rigatti disse...

Quanto rancor, Senhor anônimo. E quanta covardia, ficar no anonimato.Gostaria de lembrá-lo que o AI 5 (não sei se sabes do que se trata, qualquer dúvida dá um Google) já acabou e as pessoas tem o direito de livre manifestação política-partidária. Mas pelo jeito o amigo não consegue conviver com a liberdade de expressão. E uma perguntinha: se os comentários do Marcelo te incomodam tanto, porque és leitor?

Celli disse...

Faço minhas as palavras do Éverton. Liberdade de expressão, mas com cara pra mostrar quem fala.

E por sinal, o Sr. Anônimo não aprende nem a respeitar o post, que nada tem a ver com números, partidos.

Marcelo espero que teja tudo bem por aí. Força pra vocês!
Abração!

Profe.Liana Martini disse...

para o Anônimo: lê a apresentação do Marcelo ali no iniciozinho do blog. A resposta que tu procuras está ali...

Marcelo: força aí e um abração!

Anônimo disse...

A SOBERBA É TANTA QUE NOSSO ANÔNIMO NEM PRESTA ATENÇÃO NO DIA, NO TEXTO EM NADA ELE SÓ PRECISA VANGLORIAR-SE POR ALGO QUE JÁ PASSOU, QUE QUE SE FOI E NEM MAIS TEM IMPORTÂNCIA, IMPORTANTE É O DIA DE HJ,AS COISAS QUE PODEM SER FEITAS AGORA, VAI TRABALHAR QUE ISTO DEVE SER ALGO QUE DESCONHECE PQ SÓ LÊ ALGO DE ALGUÉM QUE DESPREZA HIPÓCRITAS QUE NÃO TEM NADA A FAZER, FAÇA ALGO MAIS DIGNO ANÔNIMO!

Anônimo disse...

Celo
Poucas vezes na minha vida li uma homenagem tão bela dedicada com tanto amor. Um abraço carinhoso.
Sr. Anônimo
Vivemos em uma democracia que permite as pessoas assumirem posições políticas, inclusive sem a necessidade de ocultar covardemente sua identidade. Entretanto, parece haver uma certa confusão na cabeça de algumas pessoas menos favorecidas intelectualmente, (como é o seu caso)onde a democracia se confunde com vandalismo e desrespeito. Mas afinal, não poderíamos esperar que tal pessoa compreendesse o significado deste espaço, deste texto, já que, palavras como amor, gratidão, generosidade e bem comum certamente não fazem parte do seu vocabulário. Pobre!!! Pobre mesmo, pobre de amor, de humanidade, de conteúdo! Acorda mané!
Ass: Fabiana Zouvi