segunda-feira, 13 de outubro de 2008

chove

Enfim chove aquela chuva de lavar a alma, como dizia meu avô. Chuva que atravessa o solo quente e seco e vai molhar a seiva. Não é chuva forte, de destruir. É chuva intensa, de alimentar a vida.

E exatamente às 18h35min...mesma hora em que meu pai faleceu, mas dois dias depois, eis que rompe dos céus um raio, sem aquela estrondosa trovoada. Só o raio que iluninar o céu, bem próximo da janela aqui de casa.

Já é noite nessa primavera estranha com cara de outono. Mas não é noite vazia. É noite de seguir em frente. Noite de passar por mais uma nova etapa da vida. Vida que muda de sentido. Aliás, muda o jeito de ver as coisas e por isso muda o sentido.

3 comentários:

Anônimo disse...

Poderia ser paradoxal, mas é sintomático o quanto a morte nos aproxima da vida. E é assim que aprendemos ontem, hoje e sempre, a repetir, repetir e repetir esse esforço necessário de estarmos inteiros aqui e agora. E, por isso, somos o produto mais palpável de todas as nossas perdas. Elas são, igualmente, todos as compensações desta estranha e insistente experiência: viver!

Anônimo disse...

Ah, sim: e por isso chove!

Mugnolini disse...

Sim, carlinhos, e por isso chove! Muito obrigado por tudo. Sempre.