quinta-feira, 26 de março de 2009

quanto vale...ou é por quilo?

O Sérgio Bianchi é taxado por muita gente de um pé no saco, um cara chato...hipócrita de meia-tigela, um FDP...e por aí vai. Eu acho ele um cineasta necessário. Explico, o cara faz filmes recheados de crítica social, mas nada parecido às aulas de OSPB ou de Moral e Cívica. Bianchi é faca na bota. Mata a cobra, mostra o pau e mostra os FDP que tirara a cobra de seu habitat natural e enfiaram a cobra dentro da sopa da tua vó.

Goste ou não o cara é porreta. Um dos filmes dele se chama "Quanto Vale ou é Por Quilo?". É mais um tapa na orelha e sem direito a choro de manha em seguida. Quem se incomoda é porque se enxerga ali como se estivesse diante do espelho. Pois bem, lembrei logo de cara desse filme, que traça uma analogia entre a escravidão no século XVIII e o marketing social dos tempos atuais, assim que li no Yahoo uma nota que dizia que o governo pensa em criar o Vale-Cultura.

"Será muito semelhante ao vale-refeição. Só que em vez de alimentar o estômago vai alimentar o espírito e gerar benefício para área cultural", afirmou, na última segunda-feira (23), o ministro da Cultura, Juca Ferreira, de acordo com a Agência Brasil.

Funcionaria assim ó: o trabalhador com carteira assinada receberia R$ 50 pra torrar assistindo filme, comprando CD, indo pro show, comprar livro, indo a museus, pra assitir ópera, e etc... Só não sei se vale pra ir em rodeio e ver boi sem bago pular como um sofrenildo ou se ir pro circo.

Esses 50m mangos seriam assim "pagos" ao trabalhador: 50% pago pelo empregador, 30% subsidiado pelo Governo e 20% desenbolsa o empregado. De acordo com o ministério, cerca de 12 milhões de pessoas poderão ser beneficiadas.

Aproveitando a ira do Bianchi e olhando o Brasil do jeito que o Bianchi olha gosatria de saber quanta gente QUE NÃO PRECISA iria se beneficiar desse Vale, e mais, como comprovar que os 50 mangos foram gastos pra ver um filme e comprar um livro e não pra tomar cachaça com os amigos? E mais, haveria restrição de gêneros e atrações pra torrar os 50 mangos...Do tipo: vale só para ópera ou só vale pra show de pagode?

E se eu quiser gastar os 50 mangos pra comprar um cavaquinho e virar músico e vender cultura por aí?

Ah, e tem mais uma só mais uma. Ainda vestindo os olhos do Biachi gostaria de saber se os nosso bondosos amigos gerentes de salas de cinema, donos de gravadoras e produtores de shows iriam duplicar ou quadruplicar os preços das peças em cartaz, dos filmes em cartaz ou dos ingressos em função desse valezinho que todo trabalhador poderá assim, quem sabe, um dia, vir a receber...

E por fim...pronto...agora é a última: o vale vale pra comprar CD e DVD pirata?

Não sei, só sei que é importante dar novo impulso à economia. E vamo que vamo.

Fui.

Um comentário:

Éverton Rigatti disse...

Vale torrar na Festa da Uva? Afinal, o mestre Mugnolini já explicou, fruticultura......