quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
sábado, 29 de novembro de 2008
de branco, pela paz, e com deus debaixo do braço
Não sei de onde veio, mas descobri para onde ia.
Um senhor baixinho, que parecia ainda mais baixinho, por causa do sol forte desse quase-verão que antecipa uma seca de rachar o côco, caminhava a passo curto, mas firme, em direção a sua igreja. Vestia jaleco branco, alvo como a nuvem mais linda desse céuzão de anil. Pra não queimar a careca, usava chapéu.
Descobri que ele ia pra igreja porque não me contive e fui atrás dele. Parece coisa de louco. E é. Assumo. Não resisti ao jeito dele, a aura dele, ou a simpatia dele, sei lá. Quando percebi estava caminhando como ele. Como se fosse a sua sombra.
Passos curtos, corpo inclinado à direita, como se tentasse equilibrar o peso da Bíblia apertada debaixo do braço esquerdo. O Livro Sagrado estava guardado em uma sacola plástica, como se fosse protegesse do sol ou de uma eventual chuva que parece não querer mais vir.
Não sei o nome dele. E ele nâo sabe porque raios chove tanto em Santa Catarina e nâo chove nada por aqui. Muitos menos entende porque Al-Qaeda explode tanta coisa mundo afora. Nem sabe como a bomba atômica pode cair no colo daquela mãe cheia de filhos pra cuidar.
Esse senhor só sabe que é preciso orar. Por ele e pelos outros. Sua fé move um monte de gente ao seu redor, mesmo que quase ninguém saiba o seu nome, muito menos de onde ele vem.
Um senhor baixinho, que parecia ainda mais baixinho, por causa do sol forte desse quase-verão que antecipa uma seca de rachar o côco, caminhava a passo curto, mas firme, em direção a sua igreja. Vestia jaleco branco, alvo como a nuvem mais linda desse céuzão de anil. Pra não queimar a careca, usava chapéu.
Descobri que ele ia pra igreja porque não me contive e fui atrás dele. Parece coisa de louco. E é. Assumo. Não resisti ao jeito dele, a aura dele, ou a simpatia dele, sei lá. Quando percebi estava caminhando como ele. Como se fosse a sua sombra.
Passos curtos, corpo inclinado à direita, como se tentasse equilibrar o peso da Bíblia apertada debaixo do braço esquerdo. O Livro Sagrado estava guardado em uma sacola plástica, como se fosse protegesse do sol ou de uma eventual chuva que parece não querer mais vir.
Não sei o nome dele. E ele nâo sabe porque raios chove tanto em Santa Catarina e nâo chove nada por aqui. Muitos menos entende porque Al-Qaeda explode tanta coisa mundo afora. Nem sabe como a bomba atômica pode cair no colo daquela mãe cheia de filhos pra cuidar.
Esse senhor só sabe que é preciso orar. Por ele e pelos outros. Sua fé move um monte de gente ao seu redor, mesmo que quase ninguém saiba o seu nome, muito menos de onde ele vem.
informação tem prioridade
Pra quem não tem lá muitas informações sobre o que anda ocorrendo em Santa Catarina...dê uma passadinha nos blogs abaixo.
Ilhados em Blumenau
e
Desabrigados em Itajaí
Ilhados em Blumenau
e
Desabrigados em Itajaí
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
mais blues
O Moinho da Estação Blues Festival, que ocorre nos dias 21, 22 e 23 de novembro, não será apenas um grande espaço para assistir a shows de músicos importantes do gênero. O festival irá disponibilizar ainda um espaço importante para o aprendizado e aprimoramento das técnicas musicais. O pavilhão das oficinas vai se chamar Espaço Teclas e Cordas e promoverá quatro workshops no sábado e cinco no domingo.
Sábado (dia 22)
16h - workshop de guitarra e baixo blues com Ivan Mariz e César Lago (Beale Street, do RJ)
17h - workshop de harmônica - padrões rítmicos na gaita e efeitos com Jefferson Gonçalves (RJ)
18h - tecnologia e processo de fabricação de harmônicas com Melk Rocha (SP) dono da Bends Harmônicas (patrocinador oficial do festival junto com FSG e Stella Artois)
19h - Home Studio (Estúdio Caseiro) com Nei Neto (W37) e Marcel Van Der Zwam (W37)
Domingo (dia 23)
16h - musicalização infantil com Esmeralda Frizzo (domingo menores de 12 anos não pagam)
17h - amplificadores valvulados com Andy Boy (POA)
18h - workshop de escalas blues e aplicação na gaita com Ricardo Biga
19h - aula demonstrativa de rock/dança de salão com Giovani Monteiro e Sinara Suzin do clube Balroom
20h - aula demonstrativa de auto-estima com música do estúdio de danças Janaína Dambroz
Mais informãções no site oficial.
Sábado (dia 22)
16h - workshop de guitarra e baixo blues com Ivan Mariz e César Lago (Beale Street, do RJ)
17h - workshop de harmônica - padrões rítmicos na gaita e efeitos com Jefferson Gonçalves (RJ)
18h - tecnologia e processo de fabricação de harmônicas com Melk Rocha (SP) dono da Bends Harmônicas (patrocinador oficial do festival junto com FSG e Stella Artois)
19h - Home Studio (Estúdio Caseiro) com Nei Neto (W37) e Marcel Van Der Zwam (W37)
Domingo (dia 23)
16h - musicalização infantil com Esmeralda Frizzo (domingo menores de 12 anos não pagam)
17h - amplificadores valvulados com Andy Boy (POA)
18h - workshop de escalas blues e aplicação na gaita com Ricardo Biga
19h - aula demonstrativa de rock/dança de salão com Giovani Monteiro e Sinara Suzin do clube Balroom
20h - aula demonstrativa de auto-estima com música do estúdio de danças Janaína Dambroz
Mais informãções no site oficial.
aplauso
Vai dar na Aplauso (a revista, mané!). Caxias está novamente em primeiro no ranking das cidades do interior gaúcho mais EFERVESCENTES culturalmente. Entra tudo nessa conta, desde aparelhamento (número de salas de cinema, teatros e o escambau) até eventos fixos e reconhecidos.
Agora uma pergunta, o que vale mais um prêmio de uma ONG que ninguém nunca ouviu falar, e pede dinheiro pra inscrever...e diz que vai ajudar na colheira e depois não ajuda... Ou a constatação de um veículo sério e respeitado, como o caso da Aplauso, que depois de uma série de pesquisas e levantamentos constatou que Caxias é o berço cultural mais importante do interior do estado?
Eu voto na Aplauso.
E vamos todos enviar flores ao Antonio Feldmann.
Agora uma pergunta, o que vale mais um prêmio de uma ONG que ninguém nunca ouviu falar, e pede dinheiro pra inscrever...e diz que vai ajudar na colheira e depois não ajuda... Ou a constatação de um veículo sério e respeitado, como o caso da Aplauso, que depois de uma série de pesquisas e levantamentos constatou que Caxias é o berço cultural mais importante do interior do estado?
Eu voto na Aplauso.
E vamos todos enviar flores ao Antonio Feldmann.
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
festival de blues em caxias
Moinho da Estação Blues Festival
21, 22 e 23 de novembro
Caxias do Sul - RS
Se pudéssemos voltar no tempo quem sabe a antiga Estação Férrea de Caxias do Sul ainda receberia trens de todos os cantos, trazendo gente de todas as partes. Como isso não é possível, não pelo menos por enquanto, a Associação Moinho da Estação(AME) resolveu trazer um som de longe, que nasceu lá no hemisfério norte. Os músicos não virão de trem, mas com certeza, o lamento de seus violões e guitarras irá nos remeter ao bom e velho tempo dos trens deslizando sobre os trilhos. Nasce assim o Moinho da Estação Blues Festival, realizado em frente à antiga Estação Férrea de Caxias do Sul, no bairro São Pelegrino, inaugurada em 1910.
A primeira e histórica edição vai ocorrer nos dias 21, 22 e 23 de novembro. O palco principal será montado na frente da loja Blues Fashion, na Rua Augusto Pestana. O espaço poderá abrigar até 2,5 mil pessoas por dia. Entre as principais atrações do festival estão os blueseiros norte-americanos Magic Slim e J.J.Jackson, o carioca Jefferson Gonçalves, e a participação especial da Big Band da Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul.
Mas afinal de contas, por que um festival de blues em Caxias? Toyo, um dos organizadores, responde:
– Existe uma tendência de festivais de jazz e blues crescendo no Brasil. O Festival de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, teve em média 25 mil pessoas em cada um dos em quatro dias de shows. No Rio tem ainda o Festival de Búzios, em Minas Gerais o de Ibitipoca, e, no Ceará, o de Guaramiranga. Até no Maranhão tem festival de blues e no sul não tinha nenhum.
Um dos diferenciais mais interessantes do Moinho da Estação Blues Festival é a parceria entre três casas noturnas. Os principais shows do festival ocorrerão ao ar livre. Mas em nenhuma das três noites o lamento blueseiro vai se arrastar madrugada adentro, não pelo menos na rua. Pouco depois da 23h os shows na rua terminam, mas aí o blues segue dentro dos bares Mississippi Delta Blues Bar, Bongô e Havana.
– Nosso objetivo é transformar a Rua Augusto Pestana no espaço de entretenimento e cultura da cidade, com a vinda do Havana e futuramente do Teatro – justifica Toyo.
O Moinho da Estação Blues Festival é o principal evento de encerramento do ano em que Caxias ostentou o título de Capital Brasileira da Cultura.
21, 22 e 23 de novembro
Caxias do Sul - RS
Se pudéssemos voltar no tempo quem sabe a antiga Estação Férrea de Caxias do Sul ainda receberia trens de todos os cantos, trazendo gente de todas as partes. Como isso não é possível, não pelo menos por enquanto, a Associação Moinho da Estação(AME) resolveu trazer um som de longe, que nasceu lá no hemisfério norte. Os músicos não virão de trem, mas com certeza, o lamento de seus violões e guitarras irá nos remeter ao bom e velho tempo dos trens deslizando sobre os trilhos. Nasce assim o Moinho da Estação Blues Festival, realizado em frente à antiga Estação Férrea de Caxias do Sul, no bairro São Pelegrino, inaugurada em 1910.
A primeira e histórica edição vai ocorrer nos dias 21, 22 e 23 de novembro. O palco principal será montado na frente da loja Blues Fashion, na Rua Augusto Pestana. O espaço poderá abrigar até 2,5 mil pessoas por dia. Entre as principais atrações do festival estão os blueseiros norte-americanos Magic Slim e J.J.Jackson, o carioca Jefferson Gonçalves, e a participação especial da Big Band da Orquestra Municipal de Sopros de Caxias do Sul.
Mas afinal de contas, por que um festival de blues em Caxias? Toyo, um dos organizadores, responde:
– Existe uma tendência de festivais de jazz e blues crescendo no Brasil. O Festival de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, teve em média 25 mil pessoas em cada um dos em quatro dias de shows. No Rio tem ainda o Festival de Búzios, em Minas Gerais o de Ibitipoca, e, no Ceará, o de Guaramiranga. Até no Maranhão tem festival de blues e no sul não tinha nenhum.
Um dos diferenciais mais interessantes do Moinho da Estação Blues Festival é a parceria entre três casas noturnas. Os principais shows do festival ocorrerão ao ar livre. Mas em nenhuma das três noites o lamento blueseiro vai se arrastar madrugada adentro, não pelo menos na rua. Pouco depois da 23h os shows na rua terminam, mas aí o blues segue dentro dos bares Mississippi Delta Blues Bar, Bongô e Havana.
– Nosso objetivo é transformar a Rua Augusto Pestana no espaço de entretenimento e cultura da cidade, com a vinda do Havana e futuramente do Teatro – justifica Toyo.
O Moinho da Estação Blues Festival é o principal evento de encerramento do ano em que Caxias ostentou o título de Capital Brasileira da Cultura.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
as memórias da casa
Aparentemente nada faz sentido. Porque tudo está lá no mesmo lugar. A mesa no mesmo lugar, as canetas dentro do mesmo porta canetas, as gavetas repletas de coisas e nem tudo sei ao cero do que se trata. Na outra peça, mais armários e mais gavetas. Todas cheias de coisas. Quase tranbordando. No armário o cheiro das roupas ainda parece dizer que nada do que andam me dizendo é verdade.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
festival de animação em caxias
a volta do reny
Depois de um disco úmido, com cheiro de inverno e repleto de histórias de amores insanos, eis que Julio Reny volta a cena pra lançar um novo disco, em uma nova estação. O primeiro show de lançamento do CD "A Primavera do Gato Amarelo" ocorre nesta quinta-feira, dia 30, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre. Julio dividirá o palco com os músicos da banda Irish Boys e mais uma penca de convidados [King Jim (sax), Gabriel Gambá (sax, trompete), Ângela Wasun (vocais), Oly Jr. (harmônica e vocais) e Davi Machado (percussão)].
Curte a seguir o RELEASE OFICIAL do cancioneiro da chinelagem.
"Gravado em 8 meses deste ano em meio a um doloroso divórcio, “A Primavera do Gato Amarelo” é o disco mais pop e eclético da trajetória de Reny: nas 14 faixas do álbum, produzido pelo legendário Thomas Dreher (Ultramen, Cowboys, Jupiter), estão todas as obsessões do compositor, com os ritmos e estilos que sempre experimentou, a visão cinematográfica e romântica da lente do amor, as noites idealizadas em cidades reais e imaginárias e sobretudo a profissão de fé como artista, parafraseando Henry Miller de jamais 'dirigir na vida sem a arte'".
Vai lá... ou espere o pocket show (com sessão de autógrafos) em Caxias que vai rolar no Berlin Pub, dia 14 de novembro.
Fui colher amoras verdes.
Inté
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
curta o curta de estréia do samu
Em Caxias tem o Samu. É só ligar para qualquer emergência. Não importa o que. Desde crise de asma até bebedeira. Ou mesmo crise amorosa. É tudo com o Samu. Ele mora lá em Loreto, perto da Colônia do Scopell.
E não é que o Samu, experiente montador, agora vai estrear como diretor? Samuel Bovo, ao lado de Lissandro Stallivieri, lançam dia 3 de novembro o curta Finados, em três sessões, às 20h, 20h30min e 21h, no Centro de Cultura Ordovás.
Confere aí o trailer:
Fui
Suerte Samu.
E não é que o Samu, experiente montador, agora vai estrear como diretor? Samuel Bovo, ao lado de Lissandro Stallivieri, lançam dia 3 de novembro o curta Finados, em três sessões, às 20h, 20h30min e 21h, no Centro de Cultura Ordovás.
Confere aí o trailer:
Fui
Suerte Samu.
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
tio ivo
Perde tempo nessa vida quem ainda não conhece o Tio Ivo. Alguém ainda lembra do Sean Connery, o eterno OO7? Pois bem, imagine o Sean daqui 10 anos...é o Tio Ivo, em pele e osso. Chapéu de lorde inglês aposentado, barba rala e branca, cabelo também ralinho e branco. Ah, e o mais interessante: suspensório.
O Tio Ivo veio almoçar aqui em casa. Trouxe de baixo do braço O Sul. Preferia Zero Hora, mas não encontrou. Chegou aqui em casa e bateu o olho num jornal do Litoral Norte. Folheou. Bateu o olho no editorial e ficou p* da vida. Ficou sabendo da palhaçada que foi a eleição em Torres. Denúncias de compra de voto, empréstimo de título de eleitor (por 100 pilas), engajamento de fucinonários da Brigada Militar, CEEE e DAER..., e etc. Mesmo com vídeos e fotos pra confirmar a denúncia, nada adiantou. O candidato que se beneficiou desse rolo todo, venceu.
Sentado à mesa, esperando o almoço, Tio Ivo pediu um copo de vinho tinto.
– Vinho antes do almoço, Ivo? – questiona Dona Geni, esposa do Seu Ivo.
– Ué, o que que tem? E tu deveria tomar pelo menos um copo de vinho todos os dias, ou então suco de uva. Faz bem pra saúde – retrucou Seu Ivo, com toda a paciência e maroteza que a vida lhe deu.
O almoço foi de lambuzar o bigode de qualquer gringo, como eu. (Lembrem, estou cada dia mais careca e ainda de bigode). Polenta mole, frango com molho de tomate e repolho cozido (um prato clonado dos alemães, que o chamam de Chucrute - em alemão, Sauerkraut).
Bebemos pouco, nem uma garrafa de vinho tinto.
Mas o melhor do que o cardápio e o vinho, foi a presença do Seu Ivo. Sempre sorrindo, mesmo antes de beber vinho. Bem humorado, ri e nos faz rir. Tem memória mais límpida e organizada do que muito piá de merda. Seu Ivo já plantou pencas de árvores e tem 3 filhos. Só falta um livro. Histórias não faltam. Aliás, sobram lembranças. E tem mais ainda pro vir. Afinal de contas, em janeiro Seu Ivo vai fazer só 82 anos. Quer mais?
Daqui a pouco ele volta aqui. Vai jogar canastra. Se bobear vai dar um banho em todos da mesa. Sem vinho, porque aí já é demais. É muita carta na mão.
Pausa.
Eu não disse. Seu Ivo veio. E me jurou de pé junto que bebeu suco de uva. Veio dizendo isso porque tropeçou no buraco da calçada. Mas não caiu.
– Tomei suco de uva e fiquei bêbado – disse, rindo sozinho.
O Tio Ivo veio almoçar aqui em casa. Trouxe de baixo do braço O Sul. Preferia Zero Hora, mas não encontrou. Chegou aqui em casa e bateu o olho num jornal do Litoral Norte. Folheou. Bateu o olho no editorial e ficou p* da vida. Ficou sabendo da palhaçada que foi a eleição em Torres. Denúncias de compra de voto, empréstimo de título de eleitor (por 100 pilas), engajamento de fucinonários da Brigada Militar, CEEE e DAER..., e etc. Mesmo com vídeos e fotos pra confirmar a denúncia, nada adiantou. O candidato que se beneficiou desse rolo todo, venceu.
Sentado à mesa, esperando o almoço, Tio Ivo pediu um copo de vinho tinto.
– Vinho antes do almoço, Ivo? – questiona Dona Geni, esposa do Seu Ivo.
– Ué, o que que tem? E tu deveria tomar pelo menos um copo de vinho todos os dias, ou então suco de uva. Faz bem pra saúde – retrucou Seu Ivo, com toda a paciência e maroteza que a vida lhe deu.
O almoço foi de lambuzar o bigode de qualquer gringo, como eu. (Lembrem, estou cada dia mais careca e ainda de bigode). Polenta mole, frango com molho de tomate e repolho cozido (um prato clonado dos alemães, que o chamam de Chucrute - em alemão, Sauerkraut).
Bebemos pouco, nem uma garrafa de vinho tinto.
Mas o melhor do que o cardápio e o vinho, foi a presença do Seu Ivo. Sempre sorrindo, mesmo antes de beber vinho. Bem humorado, ri e nos faz rir. Tem memória mais límpida e organizada do que muito piá de merda. Seu Ivo já plantou pencas de árvores e tem 3 filhos. Só falta um livro. Histórias não faltam. Aliás, sobram lembranças. E tem mais ainda pro vir. Afinal de contas, em janeiro Seu Ivo vai fazer só 82 anos. Quer mais?
Daqui a pouco ele volta aqui. Vai jogar canastra. Se bobear vai dar um banho em todos da mesa. Sem vinho, porque aí já é demais. É muita carta na mão.
Pausa.
Eu não disse. Seu Ivo veio. E me jurou de pé junto que bebeu suco de uva. Veio dizendo isso porque tropeçou no buraco da calçada. Mas não caiu.
– Tomei suco de uva e fiquei bêbado – disse, rindo sozinho.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
oásis tem nome e sobrenome
Fiquei muito triste em saber que a revista OÁSIS pode não ter um segundo número ainda este ano. 2009 com certeza. Na real, a OÁSIS deveria sair todo mes (perdoem a falta de acentuação em circunflexo...este pc não tem esse recurso). Quem ainda não leu não sabe o que tá perdendo.
Falando em oásis. Descobri que o oásis tem nome e sobrenome: White Sand's Beach. Supermercado vazio, repleto de silencio. Cachorros deitados a sombra, mais inertes do que as pulgas espalhadas debaixo do pelo. Mas isso é quase nada perto do baú de memórias.
Como pode um lugar como esses, desprezado por quase todos, taxado de inútil, evocar tantas lembranças. Começando pelo cheiro. Cheiro de marezia. Não...mais do que isso. Cheiro de infancia. De quando eu atravessava a praia pilotando uma Caloi azul, bem pequena. Cheiro de manhã morna, praia vazia, o sol aparecendo lá longe, dentro do mar. E eu ali, insignificante como um grão de areia, deslizando de um lado ao outro, gritando: "Zero Hora...Zero Hora". Ou então: ÓOOO...o sonho...".
E quase nada nessa vida vale mais do que banho de chuva na praia. Nem precisa ser dentro do mar. Ali na grama verde, ao lado da casa. Bola de futebol deslizando e as gotículas d'água escorrendo pelo corpo. Esgui, franzino. De tenis no pé, claro, mesmo debaixo da chuva, pra proteger das rosetas.
Depois de tudo, banho quente. Um livro pra ler até a chuva passar. Sempre lembro da casa da praia cheia de livros. Os livros do pai, os livros da mãe, os livros da mana, os meus livros. Mas as vezes eu roubava os livros da casa outra, aqueles clássicos de capa dura, que eram da coleção do pai e passava dias com sol e com chuva lendo e relendo.
O tempo passa e eu volto pra praia. A mesma praia que já foi cenário de tantas desventuras e tantos dias felizes. A mesma praia, mas parece outra. Só vira a mesma quando caio na rede e leio. Passo os mesmos dias com sol e chuva lendo. E sabes que alguns dos livros daquela infancia e adolescencia acabam voltando pro meu colo? Reler não é uma tentativa de entender, enfim. Mas de ir além. Porque o não-dito é tão ou mais forte do que o dito.
E as paredes da casa são cheias de não-ditos. Ainda bem. Quem sabe seja esse meu destino: decifrar o não-dito dos lugares mais comuns. Tão comuns, como a casa da praia, aqui mesmo, em Areias Brancas. Lugar desprezado e ignorado. E quem disse que as melhores flores nascem nos jardins mais explorados e desejados?
Falando em oásis. Descobri que o oásis tem nome e sobrenome: White Sand's Beach. Supermercado vazio, repleto de silencio. Cachorros deitados a sombra, mais inertes do que as pulgas espalhadas debaixo do pelo. Mas isso é quase nada perto do baú de memórias.
Como pode um lugar como esses, desprezado por quase todos, taxado de inútil, evocar tantas lembranças. Começando pelo cheiro. Cheiro de marezia. Não...mais do que isso. Cheiro de infancia. De quando eu atravessava a praia pilotando uma Caloi azul, bem pequena. Cheiro de manhã morna, praia vazia, o sol aparecendo lá longe, dentro do mar. E eu ali, insignificante como um grão de areia, deslizando de um lado ao outro, gritando: "Zero Hora...Zero Hora". Ou então: ÓOOO...o sonho...".
E quase nada nessa vida vale mais do que banho de chuva na praia. Nem precisa ser dentro do mar. Ali na grama verde, ao lado da casa. Bola de futebol deslizando e as gotículas d'água escorrendo pelo corpo. Esgui, franzino. De tenis no pé, claro, mesmo debaixo da chuva, pra proteger das rosetas.
Depois de tudo, banho quente. Um livro pra ler até a chuva passar. Sempre lembro da casa da praia cheia de livros. Os livros do pai, os livros da mãe, os livros da mana, os meus livros. Mas as vezes eu roubava os livros da casa outra, aqueles clássicos de capa dura, que eram da coleção do pai e passava dias com sol e com chuva lendo e relendo.
O tempo passa e eu volto pra praia. A mesma praia que já foi cenário de tantas desventuras e tantos dias felizes. A mesma praia, mas parece outra. Só vira a mesma quando caio na rede e leio. Passo os mesmos dias com sol e chuva lendo. E sabes que alguns dos livros daquela infancia e adolescencia acabam voltando pro meu colo? Reler não é uma tentativa de entender, enfim. Mas de ir além. Porque o não-dito é tão ou mais forte do que o dito.
E as paredes da casa são cheias de não-ditos. Ainda bem. Quem sabe seja esse meu destino: decifrar o não-dito dos lugares mais comuns. Tão comuns, como a casa da praia, aqui mesmo, em Areias Brancas. Lugar desprezado e ignorado. E quem disse que as melhores flores nascem nos jardins mais explorados e desejados?
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
o tempo
Tenho recebido mensagens de todos os cantos do mundo, e agradeço um a um. Mesmo espalhadas no mundo virtual, tenham certeza de que elas têm endereço certo no meu coração. Obrigado mesmo, a todos por todas as mensagens.
O Moishe, lá do outro lado do oceano, me fez lembrar de "Lavoura Arcaica". Que vimos como se fossemos dois irmãos quase-náufragos, navegando-sobrevivendo em uma canoa quase-furada. Nos agarramos com toda a força que podíamos e chegamos muito bem - e salvos - no outro lado do rio. Dolorida travessia, mas valorosa.
E o tempo, como diz o Pai (personagem de Raul Cortez), é impiedoso. A justa medida das coisas está no tempo. E só no tempo.
O Moishe, lá do outro lado do oceano, me fez lembrar de "Lavoura Arcaica". Que vimos como se fossemos dois irmãos quase-náufragos, navegando-sobrevivendo em uma canoa quase-furada. Nos agarramos com toda a força que podíamos e chegamos muito bem - e salvos - no outro lado do rio. Dolorida travessia, mas valorosa.
E o tempo, como diz o Pai (personagem de Raul Cortez), é impiedoso. A justa medida das coisas está no tempo. E só no tempo.
estranha paisagem
Faz frio. Chove. Pára. Volta o frio. Aquele orvalho gelado de manhãzinha. Neblina. Mas o jardim aqui de casa tá bem florido. E o Beija-Flor tá nem aí. Vem toda manhã bebericar do néctar da mesma flor cor salmão aqui perto da janela. Parece me dizer que não importa a estação, desde que tenha flor, o pássaro vai seguir fazendo o que sabe e o que deve fazer. Todo santo dia.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
bem-te-vi cantando na janela
Podem me dizer que ando louco, um doido varrido, mas ando sentindo a presença do meu pai, em quase tudo para onde eu olhe. E calma, isso não anda me fazendo mal não, pelo contrário. Agora mesmo, vim aqui pra casa dele e da minha mãe e ouço um passarinho cantar forte, bem alto, como se quisesse realmente me fazer correr pra janela.
Espera.
Fui até a janela e sabe o que vi? Não vi só um passaro, mas uma revoada de vários deles, sobrevoando a casa dos meus pais. O céu não é dos mais lindos que já vi, porque está bem cinza, chove aquela chuva bem fininha, mas a cena é linda. Imaginem dezenas de pássaros felizes voando ao redor da casa. E de vez em quando volta aquele passarinho a cantar bem forte aqui perto da janela.
Agora, diz aí, tô louco, ou é mais um lindo sinal de que meu pai tá bem, lá pertinho de Deus, passando o relatório de tudo que precisa ser aprimorado aqui embaixo? E ainda, cuidando de cada passo de cada uma das pessoas que ele amou nessa vida. E ainda ama. Porque o amor não se dissipa nem com a morte.
Espera.
Fui até a janela e sabe o que vi? Não vi só um passaro, mas uma revoada de vários deles, sobrevoando a casa dos meus pais. O céu não é dos mais lindos que já vi, porque está bem cinza, chove aquela chuva bem fininha, mas a cena é linda. Imaginem dezenas de pássaros felizes voando ao redor da casa. E de vez em quando volta aquele passarinho a cantar bem forte aqui perto da janela.
Agora, diz aí, tô louco, ou é mais um lindo sinal de que meu pai tá bem, lá pertinho de Deus, passando o relatório de tudo que precisa ser aprimorado aqui embaixo? E ainda, cuidando de cada passo de cada uma das pessoas que ele amou nessa vida. E ainda ama. Porque o amor não se dissipa nem com a morte.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
chove
Enfim chove aquela chuva de lavar a alma, como dizia meu avô. Chuva que atravessa o solo quente e seco e vai molhar a seiva. Não é chuva forte, de destruir. É chuva intensa, de alimentar a vida.
E exatamente às 18h35min...mesma hora em que meu pai faleceu, mas dois dias depois, eis que rompe dos céus um raio, sem aquela estrondosa trovoada. Só o raio que iluninar o céu, bem próximo da janela aqui de casa.
Já é noite nessa primavera estranha com cara de outono. Mas não é noite vazia. É noite de seguir em frente. Noite de passar por mais uma nova etapa da vida. Vida que muda de sentido. Aliás, muda o jeito de ver as coisas e por isso muda o sentido.
E exatamente às 18h35min...mesma hora em que meu pai faleceu, mas dois dias depois, eis que rompe dos céus um raio, sem aquela estrondosa trovoada. Só o raio que iluninar o céu, bem próximo da janela aqui de casa.
Já é noite nessa primavera estranha com cara de outono. Mas não é noite vazia. É noite de seguir em frente. Noite de passar por mais uma nova etapa da vida. Vida que muda de sentido. Aliás, muda o jeito de ver as coisas e por isso muda o sentido.
segunda-feira sem sol
Acordei com uma estranha sensação. Meu pai se foi, mas já está aqui. Na verdade, mesmo quando estávamos distantes, sempre sentia ele por perto. E agora tenho a mesma sensação. Ele tá distante, em algum lugar que desconheço, mas sei que é perto de Deus, e mesmo assim sinto ele pertinho, cuidando e zelando por todos os passos.
A despedida em um velório nunca é fácil. Mas sabe por que foi tranqüila? Porque todas as pessoas (e tinha tanta gente, que só demonstra o quanto ele era uma pessoa querida e amável) só diziam coisas lindas sobre meu pai. E tanta gente que nunca vi na vida. E tanta gente dizendo coisas que me emocionaram. E tantos dizendo que ele havia sido um pai pra eles. Me sinti com ainda mais orgulho do meu pai. E eu que achava que já sentia tanto orgulho por ele. Senti ainda mais.
Tantas flores que chegavam e não cabiam na sala. Tantas homenagens. Tantas pessoas dizendo que é cedo, que ele tinha tanto por fazer ainda aqui, mas todos venerando a vida do meu pai. Todos orgulhosos de terem convivido com o meu pai. Todos exaltando o homem batalhador que ele foi, que nunca se deixou abater por nada nessa vida, não tinha inimigos, nem desafetos. Porque não guardava mágoa de ninguém. Nunca.
Foi bonito ver como pessoas de "mundos" tão diferentes foram lá ver meu pai. Tinha desde um motorista de camninhão da antiga empresa que meu pai ajudou a transformar em uma das mais importantes do país, passando pelo pintor da nossa casa, chegando até ao presidente da CIC. E no meio disso tudo, cineastas, empresários, artistas plásticos, cientistas, advogados, professores, DJs, políticos, gente que bota a mão na massa, jornalistas, médicos. Acho que só não tinha astronauta. Mas gente que vive no mundo da lua, sim.
Como foi bom ter sentido só olhares de gratidão e de amor. Muitos de saudade, que vai ficar pra sempre. Pai, fica bem ao lado de Deus. Estamos bem por aqui. Eu já vejo tudo diferente. Quase nada mais faz o mesmo sentido de antes. Obrigado por mais essa lição de vida, e em vida. Amar o que se faz, é uma delas. E como diz o tio Castilhos, pai do Rica:
- Só segue o exemplo do teu pai, mais nada. Só segue o exemplo dele.
Obrigado por tudo, a todos.
um beijo
Até logo.
A despedida em um velório nunca é fácil. Mas sabe por que foi tranqüila? Porque todas as pessoas (e tinha tanta gente, que só demonstra o quanto ele era uma pessoa querida e amável) só diziam coisas lindas sobre meu pai. E tanta gente que nunca vi na vida. E tanta gente dizendo coisas que me emocionaram. E tantos dizendo que ele havia sido um pai pra eles. Me sinti com ainda mais orgulho do meu pai. E eu que achava que já sentia tanto orgulho por ele. Senti ainda mais.
Tantas flores que chegavam e não cabiam na sala. Tantas homenagens. Tantas pessoas dizendo que é cedo, que ele tinha tanto por fazer ainda aqui, mas todos venerando a vida do meu pai. Todos orgulhosos de terem convivido com o meu pai. Todos exaltando o homem batalhador que ele foi, que nunca se deixou abater por nada nessa vida, não tinha inimigos, nem desafetos. Porque não guardava mágoa de ninguém. Nunca.
Foi bonito ver como pessoas de "mundos" tão diferentes foram lá ver meu pai. Tinha desde um motorista de camninhão da antiga empresa que meu pai ajudou a transformar em uma das mais importantes do país, passando pelo pintor da nossa casa, chegando até ao presidente da CIC. E no meio disso tudo, cineastas, empresários, artistas plásticos, cientistas, advogados, professores, DJs, políticos, gente que bota a mão na massa, jornalistas, médicos. Acho que só não tinha astronauta. Mas gente que vive no mundo da lua, sim.
Como foi bom ter sentido só olhares de gratidão e de amor. Muitos de saudade, que vai ficar pra sempre. Pai, fica bem ao lado de Deus. Estamos bem por aqui. Eu já vejo tudo diferente. Quase nada mais faz o mesmo sentido de antes. Obrigado por mais essa lição de vida, e em vida. Amar o que se faz, é uma delas. E como diz o tio Castilhos, pai do Rica:
- Só segue o exemplo do teu pai, mais nada. Só segue o exemplo dele.
Obrigado por tudo, a todos.
um beijo
Até logo.
domingo, 12 de outubro de 2008
rèquiem
"É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais"
As frase são de Renato Russo, mas cabem agora, dentro dessa madrugada veloz, como uma luva. Parece terem sido escritos para o dia de hoje. Parecem ter sido escritos para o Cláudio, o meu pai-herói. Foi cedo, bem mais cedo que desejávamos. Mas se foi cedo é porque fez aqui muito, mas muito mais do que quase todos. E se foi cedo é porque fez tudo o que tinha pra fazer, e fez BEM FEITO.
Amou com mais intensidade e entrega do que qualquer poeta um dia sonhou. Foi cedo. Talvez cedo pra gente. Não pra Deus que ansiava pelo dia em que pudesse enfim conhecer o maravilhoso Cláudio. Deus estava louco pra conhecer o homem que, na sua simplicidade, transformou não só a sua vida, mas a vida de muita gente.
Cláudio semeou aqui o que muitos jamais sonham existir. Meu pai fez aqui o que muitos sequer imaginam que é possível de se fazer. Meu pai não é só talvez o último romântico, mas quem sabe um dos últimos humanistas, na essência da palavra.
Pois é, Deus só podia querer conhecer logo esse filho que teve uma missão tão linda aqui na Terra. Pai te amo. E fico tão feliz de ter podido dizer isso tantas vezes e sempre com convicção e olho no olho. Até o último minuto, com aquele brilho lindo no olhar. Brilho que dizia até logo, meu filho.
A benção, pai.
Com amor, teu filho.
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais"
As frase são de Renato Russo, mas cabem agora, dentro dessa madrugada veloz, como uma luva. Parece terem sido escritos para o dia de hoje. Parecem ter sido escritos para o Cláudio, o meu pai-herói. Foi cedo, bem mais cedo que desejávamos. Mas se foi cedo é porque fez aqui muito, mas muito mais do que quase todos. E se foi cedo é porque fez tudo o que tinha pra fazer, e fez BEM FEITO.
Amou com mais intensidade e entrega do que qualquer poeta um dia sonhou. Foi cedo. Talvez cedo pra gente. Não pra Deus que ansiava pelo dia em que pudesse enfim conhecer o maravilhoso Cláudio. Deus estava louco pra conhecer o homem que, na sua simplicidade, transformou não só a sua vida, mas a vida de muita gente.
Cláudio semeou aqui o que muitos jamais sonham existir. Meu pai fez aqui o que muitos sequer imaginam que é possível de se fazer. Meu pai não é só talvez o último romântico, mas quem sabe um dos últimos humanistas, na essência da palavra.
Pois é, Deus só podia querer conhecer logo esse filho que teve uma missão tão linda aqui na Terra. Pai te amo. E fico tão feliz de ter podido dizer isso tantas vezes e sempre com convicção e olho no olho. Até o último minuto, com aquele brilho lindo no olhar. Brilho que dizia até logo, meu filho.
A benção, pai.
Com amor, teu filho.
sábado, 11 de outubro de 2008
semadura
Aquele céu quase azul. Quase céu de brigadeiro se foi. Voltou a chover, a fazer frio. Voltou a estranha densação de gosto ruim na boca, de leite talhado. Voltou aquela apatia no ar. Através da mesma janela não vejo hoje o Guaíba. Não teremos hoje o belíssimo pôr do sol. O sol já se pôs mesmo antes de nascer. Pelo menos hoje foi assim. O sol não veio, talvez tenha ido brilhar noutra janela.
Uma neblina tímida vem surgindo lá do horizonte. Parece realmente refletir o que sinto. Parece trazer a incerteza pra perto de mim. E a cada minuto que passa essa neblina vem se aproximando. Vem pra mais perto de onde estamos. Mas não tenha a sensação de que essa neblina só traz coisas ruins, ou só a incerteza do que vem com ela. Muito menos tenho a sensação de que ficarei cego debaixo dessa neblina.
Não mesmo. Essa neblina talvez seja só uma cortina. Quem sabe um portal? Vem pra iluminar e não cegar. Vem pra irradiar a paz, não semear a discórdia. Vem pra nos dizer o quanto somos só uma pequenina parte dessa imensidão. Vem pra nos dizer que sozinhos somos só partículas quase sem sentido, quase sem importância. Vem pra nos dizer que juntas, todas as partículas reunidas, somos essenciais uns para a vida dos outros.
O amor não é tão visível quanto a neblina, mas existe dentro de cada um. Resta saber quem teráo poder de semear o amor, em prol da sobrevivência de todos nós, e quem terá a safadeza de semear a discórdia, para o derradeiro fim de todos nós. Só sei que meu pai sempre semeou o amor. Ama com bondade. Ama com um desejo tresloucado de vida. Ama porque sabe que o amor não serve só pra ele. Não serve só pro bel prazer dele. Ama porque amar amplia assim a vida de todos. De todos nós. Meu pai ama e distribui amor em cada minuto, porque sente que assim agrega a todos. Porque o sentido da vida do meu pai sempre foi doar-se para o bem comum. Para o bem de todos.
E que assim seja, por todo o sempre. Amém.
Uma neblina tímida vem surgindo lá do horizonte. Parece realmente refletir o que sinto. Parece trazer a incerteza pra perto de mim. E a cada minuto que passa essa neblina vem se aproximando. Vem pra mais perto de onde estamos. Mas não tenha a sensação de que essa neblina só traz coisas ruins, ou só a incerteza do que vem com ela. Muito menos tenho a sensação de que ficarei cego debaixo dessa neblina.
Não mesmo. Essa neblina talvez seja só uma cortina. Quem sabe um portal? Vem pra iluminar e não cegar. Vem pra irradiar a paz, não semear a discórdia. Vem pra nos dizer o quanto somos só uma pequenina parte dessa imensidão. Vem pra nos dizer que sozinhos somos só partículas quase sem sentido, quase sem importância. Vem pra nos dizer que juntas, todas as partículas reunidas, somos essenciais uns para a vida dos outros.
O amor não é tão visível quanto a neblina, mas existe dentro de cada um. Resta saber quem teráo poder de semear o amor, em prol da sobrevivência de todos nós, e quem terá a safadeza de semear a discórdia, para o derradeiro fim de todos nós. Só sei que meu pai sempre semeou o amor. Ama com bondade. Ama com um desejo tresloucado de vida. Ama porque sabe que o amor não serve só pra ele. Não serve só pro bel prazer dele. Ama porque amar amplia assim a vida de todos. De todos nós. Meu pai ama e distribui amor em cada minuto, porque sente que assim agrega a todos. Porque o sentido da vida do meu pai sempre foi doar-se para o bem comum. Para o bem de todos.
E que assim seja, por todo o sempre. Amém.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
quase céu azul
A mesma paisagem. A mesma copa das árvores. Os mesmos prédios. A mesma ponte sob o mesmo Guaíba de sempre. Aqui de cima não se percebe a correria, os carros atravessando sinais fechados. Muito menos o discurso de vitória ou de derrota desse ou daquele que como sempre acaba se perdendo na própria confusão dos dias. O que resta do discurso é sempre nada. De qualquer discurso, é nada.
Os dias cinza se foram.
Um outro novo avião rasga esse céu quase azul. Seria mais azul não fosse essa fina camada de nuves que mantém os dias quentes. O avião passa longe demais pra eu saber se nele viajam vencidos ou vencedores. E vencer é uma palavra tão estranha. Vence quem se mantém vivo? Ou vence quem compra a vida? E quem compra paga em dólar? Ou paga em outras vidas?
Não sei e ando cansado de filosofia. Ando cansado de estatística. Ando cansado de exame de tomografia, de radiografia e cansado de ouvir falar em morfina. Ando cheio de vontade de falar de amor. Amor que sorve do peito de quem anda a pelo menos um andar acima da ignorância de sentir-se vivo só porque ganhou um jogo de truco.
Porque a maior lição de vida que aprendi com meu pai é: "Faz o que tu ama. E te entrega de coração. O resto é conseqüência".
É quase 13h. E continuo ouvindo a Giulietta Masina. Me disse ela antes de começar a tocar, que o importante da vida não está no que de mais expressivo se apresenta, mas no detalhe mais singelo e aparentemente banal. Porque é nessa hora que brota o amor. Ironicamente, no momento menos revelante do dia. Por que será?
Porque o que importa precisa ser bem acondicionado e bem preservado.
Agora chega de papo. É hora da canja, saborosa canja de galinha. Parece que o gostinho da canja levou meu pai de volta lá pra casa.
Os dias cinza se foram.
Um outro novo avião rasga esse céu quase azul. Seria mais azul não fosse essa fina camada de nuves que mantém os dias quentes. O avião passa longe demais pra eu saber se nele viajam vencidos ou vencedores. E vencer é uma palavra tão estranha. Vence quem se mantém vivo? Ou vence quem compra a vida? E quem compra paga em dólar? Ou paga em outras vidas?
Não sei e ando cansado de filosofia. Ando cansado de estatística. Ando cansado de exame de tomografia, de radiografia e cansado de ouvir falar em morfina. Ando cheio de vontade de falar de amor. Amor que sorve do peito de quem anda a pelo menos um andar acima da ignorância de sentir-se vivo só porque ganhou um jogo de truco.
Porque a maior lição de vida que aprendi com meu pai é: "Faz o que tu ama. E te entrega de coração. O resto é conseqüência".
É quase 13h. E continuo ouvindo a Giulietta Masina. Me disse ela antes de começar a tocar, que o importante da vida não está no que de mais expressivo se apresenta, mas no detalhe mais singelo e aparentemente banal. Porque é nessa hora que brota o amor. Ironicamente, no momento menos revelante do dia. Por que será?
Porque o que importa precisa ser bem acondicionado e bem preservado.
Agora chega de papo. É hora da canja, saborosa canja de galinha. Parece que o gostinho da canja levou meu pai de volta lá pra casa.
la strada
Lembra da Giullieta Masina em "La Strada", de Federico Fellini? Alguém aí podia dizer pra ela que eu gostaria muito de ouvi-la tocar o tema do filme?
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
bom te ver, sabiás e bem-te-vis
Antes mesmo do primeiro sinal de novo dia, e ainda sob o silêncio da madrugada, quase manhã, naquele instante entre o cessarde ruídos da cidade e o sono profundo dos passarinhos, fui acordado de um jeito tão simples, e por isso mesmo sublime:
- Oi, filho...que bom te ver aqui...
Não fiquei comovido só pelo instante, mas fiquei comovido porque é recorrente esse carinho. Desde que nasci só tenho lembranças singelas do meu convívio com o meu pai. Passei com ele por todas as fases dos mais famosos comerciais de telvisão que emocionam a todos. Verdade, pode lembrar de qualquer comercial em que se podia ver um pai e filho felizes, era como se fosse na minha casa. Por isso eu sempre chorava de emoção, e sempre recebia um abraço apertado.
Naquele tempo, se eu caísse de bicicleta meu pai tava ali pertinho e me ajudava a levantar, se eu levasse uma porrada no futebol, meu pai ensinava a driblar melhor e fazer finta pra escapar da falta. Agora é um novo tempo. Tempo de me dedicar mais a ele, da mesma forma com que meu pai se dedicava a mim e a minha irmã. É hora de pagar, com amor, as madrugadas de sono que tirei dele, as tardes de sol que ele passava comigo, os domingos de futebol, que ele me levava pra jogar. Agora é a minha vez.
Durante o café da manhã, enquanto meu pai pedia silêncio pra ouvir o canto dos sabiás e bem-te-vis, comecei a preparar o sanduíche dele. Estavamos de costas um pro outro. Ele na cama, eu numa mesa. E me deu a impressão de que eu estava sendo vigiado. Pensei que meu pai estivesse cochilando, mas na real, estava me fitando, com um sorriso cativante. Me olhou e com os olhos cheios de amor, disse:
- Quem bom te ver aqui meu filho...
Me aproximei.
- Bom te ver também pai...
E o pouco que conversamos ali, numa troca de 2 ou 3 frases cada um será inesquecível. Mas não diz respeito, pelo menos por hora, a mais ninguém.
- Oi, filho...que bom te ver aqui...
Não fiquei comovido só pelo instante, mas fiquei comovido porque é recorrente esse carinho. Desde que nasci só tenho lembranças singelas do meu convívio com o meu pai. Passei com ele por todas as fases dos mais famosos comerciais de telvisão que emocionam a todos. Verdade, pode lembrar de qualquer comercial em que se podia ver um pai e filho felizes, era como se fosse na minha casa. Por isso eu sempre chorava de emoção, e sempre recebia um abraço apertado.
Naquele tempo, se eu caísse de bicicleta meu pai tava ali pertinho e me ajudava a levantar, se eu levasse uma porrada no futebol, meu pai ensinava a driblar melhor e fazer finta pra escapar da falta. Agora é um novo tempo. Tempo de me dedicar mais a ele, da mesma forma com que meu pai se dedicava a mim e a minha irmã. É hora de pagar, com amor, as madrugadas de sono que tirei dele, as tardes de sol que ele passava comigo, os domingos de futebol, que ele me levava pra jogar. Agora é a minha vez.
Durante o café da manhã, enquanto meu pai pedia silêncio pra ouvir o canto dos sabiás e bem-te-vis, comecei a preparar o sanduíche dele. Estavamos de costas um pro outro. Ele na cama, eu numa mesa. E me deu a impressão de que eu estava sendo vigiado. Pensei que meu pai estivesse cochilando, mas na real, estava me fitando, com um sorriso cativante. Me olhou e com os olhos cheios de amor, disse:
- Quem bom te ver aqui meu filho...
Me aproximei.
- Bom te ver também pai...
E o pouco que conversamos ali, numa troca de 2 ou 3 frases cada um será inesquecível. Mas não diz respeito, pelo menos por hora, a mais ninguém.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
dia cinza
Amanhece na capital. Porto Alegre não combina com dias cinza. Não combina com o vento frio rasgando o pescoço. O sol parecia que sairia, aparecia entre as nuvens um tanto tímido, mas logo tratou de esquivar-se e voltar pro lugar de onde veio.
É tão estranho. Mas a vida sempre nos devolve ao lugar de onde viemos. Num dia somos quase nada, menor do que uma semente de girassol. Noutro dia, voltamos a nos sentir menores do que um grão de areia. E não tem nada mais piegas ou professoral do que passar o dia escrevendo sobre nascer e morrer. Mas quando se pára pra pensar e se percebe que NADA absolutamente NADA faz sentido sem nascer e morrer, é que nos damos conta do significado disso tudo.
Voltar pro lugar de onde viemos... E cada um pensa num lugar diferente. Alguns com fé, outros racionalidade. Todos estão certos. Nem assim vai ter sobrevida.
É um dia cinza. Aquele cinza carregado com as cores da melancolia. Da apatia. Da vaguidão. Sabe aquele dia que teima e persiste, mas parece não deixar saudade mesmo antes de findar o dia? Pois é assim mesmo que esse dia se apresenta. Sem o perfume da primavera, sem o calor gostoso e acalentador do sol de manhã como outra qualquer.
A beleza do dia ainda existe. Mas é preciso desviar o olhar dessa teimosia dura e fria que se insinua. É preciso tentar ver ali na frente, aquele passarinho singelo levando comida pra seus filhotes. É preciso tentar ver logo adiante, aquela senhora de rugas bem expressivas atravessando a rua com o leite e o pão debaixo do braço. É preciso se deixar levar pelo garoto que passa de um lado ao outro balançando no balanço. Lança-se ao vento como se não houvesse dia ruim, como se o cinza fosse só a ausência de mais cor. De um azul irradiante, que ele consegue produzir com seus lápis de cêra.
Tudo continua ali, do mesmo jeito, como ontem. O que difere é o tempo de sentir as coisas. O mesmo arranha-céu dialoga com a rua movimentada cheia de gente fissurada com suas vidas aceleradas. O mesmo semáforo marca, religiosamente, verde-amarelo-vermelho. Não muda sua rotina por nada. Nem mesmo depois da morte. Muito menos antes. Não é o sinal que determina o fim ou começo de uma nova vida. É a nossa vida estranhamente atribulada, cheia de encontros e desencontros.
O tempo de matar o tempo...
Nesse vai-e-vém de gente dispersa, de gente paranóica, o mundo gira na mesma velocidade de sempre. O que anda mudando é a nossa percepção desse tempo. Porque o tempo de um sinal abrir e fechar é o mesmo que dura um comercial de calcinha ou de sabão em pó. Só não pode ser esse tempo esguio, de 30s, o tempo de amar. O tempo de dizer "eu te amo". Porque pra dizer "eu te amo", com a certeza cravada no gênese da pureza; pra dizer "eu te amo" com o coração ofegante de compaixão; pra amar com amor infinito posto que é chama, é preciso ter sido amado antes.
Não faz frio, nem chove. Mas a sensação dentro de mim é de uma chuva fina, intermitente, enjoativa, apática e sem gosto. Na garganta fica só o gosto amargo de um tempo que parece se esgotar. E infelizmente esse tempo não será renovado com nova bateria vinda da China. Não ainda. Quem sabe num dia desses em que teremos menos fuscas pelas ruas e mais espaçonaves como nos desenhos dos Jetsons. Enquanto isso, resito acreditando no poder do amor. Sem contra-indicações. Não esse amor que se vende em músicas baratas de comercial de televisão, como Jota Quest. Mas amor de berço, amor que nasce antes mesmo do primeiro sorriso, antes do primeiro beijo, antes do proimeiro abraço de pai.
Olhando melhor, nem parece que o dia tá cinza, tamanho brilho que irradia do olhar do pai. Freud não explica que eu ainda tenha um pai-herói aos 32 anos. Não só tenho (e esse sentimento é eterno e existirá mesmo depois da morte) como vou alimentar rumo às novas gerações. Já vejo melhor o brilho terno que emoldura as nuvens lá do alto. Deve ser o poder desse amor todo, né pai?
É tão estranho. Mas a vida sempre nos devolve ao lugar de onde viemos. Num dia somos quase nada, menor do que uma semente de girassol. Noutro dia, voltamos a nos sentir menores do que um grão de areia. E não tem nada mais piegas ou professoral do que passar o dia escrevendo sobre nascer e morrer. Mas quando se pára pra pensar e se percebe que NADA absolutamente NADA faz sentido sem nascer e morrer, é que nos damos conta do significado disso tudo.
Voltar pro lugar de onde viemos... E cada um pensa num lugar diferente. Alguns com fé, outros racionalidade. Todos estão certos. Nem assim vai ter sobrevida.
É um dia cinza. Aquele cinza carregado com as cores da melancolia. Da apatia. Da vaguidão. Sabe aquele dia que teima e persiste, mas parece não deixar saudade mesmo antes de findar o dia? Pois é assim mesmo que esse dia se apresenta. Sem o perfume da primavera, sem o calor gostoso e acalentador do sol de manhã como outra qualquer.
A beleza do dia ainda existe. Mas é preciso desviar o olhar dessa teimosia dura e fria que se insinua. É preciso tentar ver ali na frente, aquele passarinho singelo levando comida pra seus filhotes. É preciso tentar ver logo adiante, aquela senhora de rugas bem expressivas atravessando a rua com o leite e o pão debaixo do braço. É preciso se deixar levar pelo garoto que passa de um lado ao outro balançando no balanço. Lança-se ao vento como se não houvesse dia ruim, como se o cinza fosse só a ausência de mais cor. De um azul irradiante, que ele consegue produzir com seus lápis de cêra.
Tudo continua ali, do mesmo jeito, como ontem. O que difere é o tempo de sentir as coisas. O mesmo arranha-céu dialoga com a rua movimentada cheia de gente fissurada com suas vidas aceleradas. O mesmo semáforo marca, religiosamente, verde-amarelo-vermelho. Não muda sua rotina por nada. Nem mesmo depois da morte. Muito menos antes. Não é o sinal que determina o fim ou começo de uma nova vida. É a nossa vida estranhamente atribulada, cheia de encontros e desencontros.
O tempo de matar o tempo...
Nesse vai-e-vém de gente dispersa, de gente paranóica, o mundo gira na mesma velocidade de sempre. O que anda mudando é a nossa percepção desse tempo. Porque o tempo de um sinal abrir e fechar é o mesmo que dura um comercial de calcinha ou de sabão em pó. Só não pode ser esse tempo esguio, de 30s, o tempo de amar. O tempo de dizer "eu te amo". Porque pra dizer "eu te amo", com a certeza cravada no gênese da pureza; pra dizer "eu te amo" com o coração ofegante de compaixão; pra amar com amor infinito posto que é chama, é preciso ter sido amado antes.
Não faz frio, nem chove. Mas a sensação dentro de mim é de uma chuva fina, intermitente, enjoativa, apática e sem gosto. Na garganta fica só o gosto amargo de um tempo que parece se esgotar. E infelizmente esse tempo não será renovado com nova bateria vinda da China. Não ainda. Quem sabe num dia desses em que teremos menos fuscas pelas ruas e mais espaçonaves como nos desenhos dos Jetsons. Enquanto isso, resito acreditando no poder do amor. Sem contra-indicações. Não esse amor que se vende em músicas baratas de comercial de televisão, como Jota Quest. Mas amor de berço, amor que nasce antes mesmo do primeiro sorriso, antes do primeiro beijo, antes do proimeiro abraço de pai.
Olhando melhor, nem parece que o dia tá cinza, tamanho brilho que irradia do olhar do pai. Freud não explica que eu ainda tenha um pai-herói aos 32 anos. Não só tenho (e esse sentimento é eterno e existirá mesmo depois da morte) como vou alimentar rumo às novas gerações. Já vejo melhor o brilho terno que emoldura as nuvens lá do alto. Deve ser o poder desse amor todo, né pai?
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
meu bigode vale ouro
Pronto. Depois do ócio, vem a derrocada da palhaçada. Agora chega de passar dias e noites clicando o nada em Ampurdan, ou ver velhas dirigindo motocicletas em Las Ramblas, ou assistir ao padeiro doente amasando pão-de-ló em Lousanne. "E vão tudo tomar do cu", como dizia a tia Julieta que não tive o prazer de conhecer. Um brinde, tia.
Acordei depois do sol nascido. Cocei pela última vez no dia a barba remoída, amassada de tanta apatia, e saí por aí. Chutei uma lata de cerveja amassada e tomei o primeiro buzão.
- Qual a última parada?
- Garagem Ópera... - respondeu a cobradora, como se fosse cuspir o palito de dente.
Pulei ainda antes. Louco pra raspar de uma vez a barba e deixar só o bigode. Entrei no Salão Fosper. Pra quem não conhece é um belíssimo exemplar de um antigo salão de barbeiro. Três cadeiras velhas, três espelhos velhos, três pias velhas e três generosos e coroas barbeiros. Não tenho barbeiro preferido. Vou sempre no que estiver desocupado. Mas confesso que tenho muito medo de pegar piolho.
Máquina zero na barba e no cabelo (ou o que ainda resta do cabelo).
- E o bigode?
- Pode deixar, só apara perto da boca.
- É bonito bigode, né? Minha mulher chorou quando cortei.
A minha vai chorar quando me ver de bigode. Mhá... vamo que vamo.
Enquanto a barba e o cabelo corriam pelo avental de nylon, eu ouvia uma jovem promessa da música gauchesca, caxiense, cantarolar na Rádio Difusora. Maiquinho do Acordeom. É o nome do sucesso. Só espero ansiosamente para o garoto ser descoberto pelo Raul Gil.
Depois de borrifar talco antiséptico no meu cangote, o Zé, o barbeiro (não o nosso prefeito), me cobrou 10 mangos. Ê belezura. De cara lavada e bigode. Agora não tem pra loco. É nóis no DVD. Não caminhei nem 10 quadras e vejo o RODRIGO tomando sorvete na Sorvelândia. Depois a gentalha sou eu, careca e de bigode.
Hoje só amanhã.
Fui comprar condicionador.
Acordei depois do sol nascido. Cocei pela última vez no dia a barba remoída, amassada de tanta apatia, e saí por aí. Chutei uma lata de cerveja amassada e tomei o primeiro buzão.
- Qual a última parada?
- Garagem Ópera... - respondeu a cobradora, como se fosse cuspir o palito de dente.
Pulei ainda antes. Louco pra raspar de uma vez a barba e deixar só o bigode. Entrei no Salão Fosper. Pra quem não conhece é um belíssimo exemplar de um antigo salão de barbeiro. Três cadeiras velhas, três espelhos velhos, três pias velhas e três generosos e coroas barbeiros. Não tenho barbeiro preferido. Vou sempre no que estiver desocupado. Mas confesso que tenho muito medo de pegar piolho.
Máquina zero na barba e no cabelo (ou o que ainda resta do cabelo).
- E o bigode?
- Pode deixar, só apara perto da boca.
- É bonito bigode, né? Minha mulher chorou quando cortei.
A minha vai chorar quando me ver de bigode. Mhá... vamo que vamo.
Enquanto a barba e o cabelo corriam pelo avental de nylon, eu ouvia uma jovem promessa da música gauchesca, caxiense, cantarolar na Rádio Difusora. Maiquinho do Acordeom. É o nome do sucesso. Só espero ansiosamente para o garoto ser descoberto pelo Raul Gil.
Depois de borrifar talco antiséptico no meu cangote, o Zé, o barbeiro (não o nosso prefeito), me cobrou 10 mangos. Ê belezura. De cara lavada e bigode. Agora não tem pra loco. É nóis no DVD. Não caminhei nem 10 quadras e vejo o RODRIGO tomando sorvete na Sorvelândia. Depois a gentalha sou eu, careca e de bigode.
Hoje só amanhã.
Fui comprar condicionador.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
festa de niver
Ainda bem que só foi quem tinha CONVITE e SENHA.
Enfileirados estavam ociosos trabalhadores da noite, malucos, destrambelhados e toda sorte de gente abençoada por Deus e bonita por natureza, todos com lenço e documento (morte ao Caetano), cujos olhares vislumbravam mais do que um bride, mas 13 motivos para me dar os parabéns pelos meus 23 anos.
Pra começar cheguei atrasado. Fui multado por excesso de velocidade quando atravessava a Júlio de Castilhos empinando a minha moto RDZ 135. Paguei a multa com 13 reais e segui meu caminho ao bar. Quem me esperava na porta? Meu amor, sublime amor, com um beijo ardente pra venerar nosso passsado e nos lançar rumo ao futuro.
Tava tudo dominado quando adentrei pelo bar Berlim. Velas gigantes em cada mesa, pessoas bacanas e descoladas me abraçando. Glamour recheado com purpurina. E olha que até tinha gente que se veste como um jovem lorde inglês, inclusive com sapatos italianos, mas bebeu caipirinha como água da bica.
Felizmente eu tinha reservado torta de Marta Rocha meses antes da festa. Porque festa boa pra CARAMBA (como diz o Maneka) é garfear aquele merengão no meio do bolo todo lambuzado de creme e ameixa. Hmmmmmmm...dilícia. Mas a alegria da festa era mesmo a mesa dos doces. O preferido e que acabou antes mesmo de eu adentrar na festa, foi o docinho de amendoim, feito com toda a destreza do mundo pela Grazi, a futura MAMA TÁLIANA.
Cervejas importadas eram distribuídas aos CONVIVAS como se fossem pirultos às crianças famintas. Tinha de todas as procedências, cores e odores. Desde a clássica cerveja das montanhas geladas da romênia, a Grylhwstynz, da Romênia, até a famosa cerveja preta Pavlatonduras, da Grécia. Como antepasto, saboreamos lagostas descascadas por mãos delicadas de anãs albinas e virgens, que moram no convento Luz e Som, ali em Loreto.
A trilha sonora da festa foi selecionada por 13 DJs, numa seletiva realizada no Bar 13. O Mono, o DJ, filho de Jesus perdeu. Ganhou o Lissa, que organizou a melhor seleção de música ELECTROBARROCA, tipo de música rara que só gente descolada ouve. A coletânea se chama MUGNOLINI COLECTION. Do começo ao fim da festa a alegria tomou conta da pista que estava recheada de gente CONTEMPORÂNEA e muito blasé. A iluminação da festa também estava um luxo. Quem montou a parafernalha de dezenas de luzes coloridas e ESVOAÇANTES foi a trinca Janete, Duda e Geraldo.
Mas, no meio da ZOEIRA, quando ninguém mais enxergava nada, nem mesmo a pulga atrás da orelha, eis que surge a nossa salvação. Além do 13, claro. Nossa salvação foi a coleção RARA de AMBERVISIONS. Quem não sabe que óculos maravilhoso é esse que vá se informar. Aqueles lentes amarelo-ovo deram o tom IN da festa mais BACANA das últimas primaveras desta cidade CAPITAL DA FRUTICULTURA.
Hoje só amanhã porque na terra de quem tudo copia, a única novidade é o Pepe. Por isso, não esqueça, é 13.
Daqui a pouco choverão fotos feitas na festa de arromba, sem Roberto, mas com muito Erasmo Carlos.
Fui comer galeto lá na minha vó.
Enfileirados estavam ociosos trabalhadores da noite, malucos, destrambelhados e toda sorte de gente abençoada por Deus e bonita por natureza, todos com lenço e documento (morte ao Caetano), cujos olhares vislumbravam mais do que um bride, mas 13 motivos para me dar os parabéns pelos meus 23 anos.
Pra começar cheguei atrasado. Fui multado por excesso de velocidade quando atravessava a Júlio de Castilhos empinando a minha moto RDZ 135. Paguei a multa com 13 reais e segui meu caminho ao bar. Quem me esperava na porta? Meu amor, sublime amor, com um beijo ardente pra venerar nosso passsado e nos lançar rumo ao futuro.
Tava tudo dominado quando adentrei pelo bar Berlim. Velas gigantes em cada mesa, pessoas bacanas e descoladas me abraçando. Glamour recheado com purpurina. E olha que até tinha gente que se veste como um jovem lorde inglês, inclusive com sapatos italianos, mas bebeu caipirinha como água da bica.
Felizmente eu tinha reservado torta de Marta Rocha meses antes da festa. Porque festa boa pra CARAMBA (como diz o Maneka) é garfear aquele merengão no meio do bolo todo lambuzado de creme e ameixa. Hmmmmmmm...dilícia. Mas a alegria da festa era mesmo a mesa dos doces. O preferido e que acabou antes mesmo de eu adentrar na festa, foi o docinho de amendoim, feito com toda a destreza do mundo pela Grazi, a futura MAMA TÁLIANA.
Cervejas importadas eram distribuídas aos CONVIVAS como se fossem pirultos às crianças famintas. Tinha de todas as procedências, cores e odores. Desde a clássica cerveja das montanhas geladas da romênia, a Grylhwstynz, da Romênia, até a famosa cerveja preta Pavlatonduras, da Grécia. Como antepasto, saboreamos lagostas descascadas por mãos delicadas de anãs albinas e virgens, que moram no convento Luz e Som, ali em Loreto.
A trilha sonora da festa foi selecionada por 13 DJs, numa seletiva realizada no Bar 13. O Mono, o DJ, filho de Jesus perdeu. Ganhou o Lissa, que organizou a melhor seleção de música ELECTROBARROCA, tipo de música rara que só gente descolada ouve. A coletânea se chama MUGNOLINI COLECTION. Do começo ao fim da festa a alegria tomou conta da pista que estava recheada de gente CONTEMPORÂNEA e muito blasé. A iluminação da festa também estava um luxo. Quem montou a parafernalha de dezenas de luzes coloridas e ESVOAÇANTES foi a trinca Janete, Duda e Geraldo.
Mas, no meio da ZOEIRA, quando ninguém mais enxergava nada, nem mesmo a pulga atrás da orelha, eis que surge a nossa salvação. Além do 13, claro. Nossa salvação foi a coleção RARA de AMBERVISIONS. Quem não sabe que óculos maravilhoso é esse que vá se informar. Aqueles lentes amarelo-ovo deram o tom IN da festa mais BACANA das últimas primaveras desta cidade CAPITAL DA FRUTICULTURA.
Hoje só amanhã porque na terra de quem tudo copia, a única novidade é o Pepe. Por isso, não esqueça, é 13.
Daqui a pouco choverão fotos feitas na festa de arromba, sem Roberto, mas com muito Erasmo Carlos.
Fui comer galeto lá na minha vó.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
vaia de bêbado não vale
O Opala é uma lenda. Duvido quem não tenha uma boa história de vida associada ao moderno veículo, que parece uma caixa de sapato. Num Opala, sempre cabe mais um. Além disso é um carro robusto, forte, imponente. Não tem uma gatinha que resista a um cara de Opalão, ainda mais com vidro FUMÊ e som DAHORA.
Dia desses, o repórter-fotográfico MANEKA clicou esse Opalão aí da foto. Maneka é FÃNZÃO da banda MUSICAL REENCONTRO. Banda de sucesso de Caxias, CAPITAL BRASILEIRA DA FRUTICULTURA. Nos disse o produtor da banda que por causa do TÍTULO de CAPITAl, o MUSICAL REENCONTRO está com a agenda lotada até novembro. É show dia sim e outro também. Pra alegria do Maneka, AUSPICIOSO fã da banda.
A batida no Opalão? Não é nada, na real parece que tá batido porque a foto tá fora de foco. SÓ ISSO.
E como diz a letra da música da banda:
"Lambe, lambe, lambe e desembaraça o meu coração..."
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
sexy como beiço de velho
Fácil, EXTREMAMENTE fácil, só com Djavan.
Seguindo de carro pela Rota Romântica, eis que ouço, de rompante, uma música suave, doce. Deve ser Djavan. E era. Aí, do alto da minha capacidade ANALÍCTICA e PSEUDO-INTELECTUAL, disse:
- É só botar Djavan pra ver calcinha no chão. É o melhor tipo de música pra transar sem fazer muita força nem gastar muita lábia.
E sabe por quê? Olha bem pra LAJE do DJHavan...é ou não é um cara sexy? Ainda mais com essa flor no peito... E depois o brega é o Falcão.
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
vamo lá gauderiada da buena!
Ó, essa é pra quem acha que em Galópolis a única atraçao que resta é ver Faustão em família. Mas olha que seria só isso mesmo não fosse o belíssimo trabalho do grupo Matéria Prima. E dê-lhe gaita!
RELEASE OFICIALLLLL
Te aprochega vivente!!!
Tu tá convidado a participar do Terceiro Sarau Gaudério.
O palco estará aberto a quem quiser cantar, declamar, contar causo e até mesmo ensinar a cevar um bom mate.
O bochincho é no Bolicho do Ratão, lá pras banda de Galópolis, dia 13 de setembro de 2008, às 20h30min.
A entrada é franca pois o rancho não tem tramela.
E mais, o arroz-de-carreteiro é por conta da casa.
Que barbaridade! Este furdunço vai ser muy buenacho!
http://materiaprimagalopolis.blogspot.com/
RELEASE OFICIALLLLL
Te aprochega vivente!!!
Tu tá convidado a participar do Terceiro Sarau Gaudério.
O palco estará aberto a quem quiser cantar, declamar, contar causo e até mesmo ensinar a cevar um bom mate.
O bochincho é no Bolicho do Ratão, lá pras banda de Galópolis, dia 13 de setembro de 2008, às 20h30min.
A entrada é franca pois o rancho não tem tramela.
E mais, o arroz-de-carreteiro é por conta da casa.
Que barbaridade! Este furdunço vai ser muy buenacho!
http://materiaprimagalopolis.blogspot.com/
lá de loreto
Tem boa nova que vem lá de Loreto. Parece, parece, que vem de lá a nova perspectiva de CAXIAS vir a ser a ETERNA CAPITAL DA FRUTICULTURA. Porque é só andar pela cidade e ver como têm hortas espalhadas nos quatro cantos. Ali na Praça Dante, vi outro dia uns passarinhos comendo as sementes de radicci que vão plantar ali para que brotem até a Feira do Livro.
Vi ainda pelos canteiros da Júlio de Castilhos robustos rabanetes e repolhos. Eta cidade maravilhosa, berço esplêndido a todas as diferentes CULTURAS VEGETAIS. Quem diria, na mesma horta em que vi repolho, vi florescer girassóis. E parece que nos muros do Aeroporto já crescem e se reproduzem centenas de CHUCHUS. De tão formosos os turistas da cidade andam tirando fotos ao lado dos CHUCHUS. Levarão da cidade CAPITAL DA FRUTICULTURA o seu maior legado.
Quem diria, hein?!?
Enquanto isso, o mago, o louco, o gênio, está em casa, trancafiado com suas maestrias. Anda ávido por um segundo de lucidez. Não dele, mas da cidade, em ouvir pelo menos uma de suas músicas. Boa noite e boa sorte, Oscar.
Vi ainda pelos canteiros da Júlio de Castilhos robustos rabanetes e repolhos. Eta cidade maravilhosa, berço esplêndido a todas as diferentes CULTURAS VEGETAIS. Quem diria, na mesma horta em que vi repolho, vi florescer girassóis. E parece que nos muros do Aeroporto já crescem e se reproduzem centenas de CHUCHUS. De tão formosos os turistas da cidade andam tirando fotos ao lado dos CHUCHUS. Levarão da cidade CAPITAL DA FRUTICULTURA o seu maior legado.
Quem diria, hein?!?
Enquanto isso, o mago, o louco, o gênio, está em casa, trancafiado com suas maestrias. Anda ávido por um segundo de lucidez. Não dele, mas da cidade, em ouvir pelo menos uma de suas músicas. Boa noite e boa sorte, Oscar.
novidades do UNIVERSO cinematográfico cassiensse
Ó... só pra não espalharem por aí que eu não escrevo mais sobre cinema.
O Vazio Além da Janela, de Bruninho Polidoro, foi selecionado para o Festival Santa Maria Cinema e Vídeo, que ocorre em novembro.
E, a animação A Noite do Sanguanel, dirigido por Janete Kriger, com desenhos de Vivi Pasqual e roteiro de Nivaldo Pereira, ganhou o prêmio de melhor animação no VI Festival Guaçuano de Vídeo.
E vamo que vamo porque o porco ainda vive.
O Vazio Além da Janela, de Bruninho Polidoro, foi selecionado para o Festival Santa Maria Cinema e Vídeo, que ocorre em novembro.
E, a animação A Noite do Sanguanel, dirigido por Janete Kriger, com desenhos de Vivi Pasqual e roteiro de Nivaldo Pereira, ganhou o prêmio de melhor animação no VI Festival Guaçuano de Vídeo.
E vamo que vamo porque o porco ainda vive.
sábado, 6 de setembro de 2008
dia de comer morangos, morangos mofados
Hoje é dia de comer morangos. Morangos mofados. Acomodados em um prato lindo, de prefência de porcelana. Tudo muito chique e ao mesmo tempo muito clean. Mas é preciso lembrar de reservar em um pote, aquele líquido viscoso e melequento que sorve à vontade das lesmas espalhadas pelo jardim. Porque o velho mudo, quase cego, atrofiado na cadeira de balanço aguarda apenas o último suspiro da vesguinha. E não haverá lucidez sem um pouco de demência. Como não haverá um dia melhor sem uma perna amputada. Por isso, não tenha medo, crave o garfo no morango mofado e mastigue-o pacientemente. Sinta o sabor ocre, sem pecado, da fruta amarelo-podre. O tempo da morte é sempre menor do que o tempo da ingratidão.
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
o que pensa cada fanático
Recebi por e-mail da World Press uma pesquisa fabulosa. De tão fabulosa até o Paulo Sant'Anna um dia desses deverá tecer comentários esfumaçados sobre o mesmo. Antes dele, e do Lauro Quadros, ou antes mesmo do Flávio Alcaraz Gomes (meu ÍDALO) citarei os melhores trechos da pesquisa.
O Instituto FBCX da Irlanda submeteu 1,5 mil pessoas, durante 3 anos de árdua pesquisa. Queriam saber o que pensam os fanáticos de diferentes gêneros musicais.
Metaleiro: Imagina que a mãe está no centro do universo. Geralmente tem bons modos, é inteligente e dedicado, diferentemente do que versa o senso comum. São tímidos e mesmo quem ama uma guitarreira louca não vai pra cama sem antes ouvir Wagner ou Bach.
Pagodeiro: Diz pra toda garotinha que fez uma canção especial pra ela. Diz pra toda a galera que foi o primeiro a comer a filha do dono da padaria. Não dorme sem antes beber umas Brahma, rezar pro Zeca Pagodinho ou vomitar na pia do banheiro do bar do vizinho.
Funkeiro: Só pensa no rabo da vizinha. Quando lembra respira. Quando dói, passa gelo. Quando sente medo, usa uma AR-15 pra meter bala em todo mundo.
Jazeiro: Pensa que o mundo gira ao seu redor. Só come o que tiver nome francês ou abusa do exotismo. Desconhece heróis nacionais, e limita-se a bocejar quando o Hino Nacional é tocado ou cantado. Os filhos de jazeiros não aprendem a falar, eles se comunicam através de instrumentos de sopro. Todos os casamentos entre amantes do jazz acabam num bar, ao som de Miles Daves.
Blueseiro: Cerveja é o alimento do corpo, mas os solos de BB King, o alimento da alma. Todas as noites o blueseiro fanático engole três hambúrgueres acebolados e encharcados de catchupe. Todo blueseiro é magrinho até os 12 anos. Depois, passa a engordar e a pegar todas as mulheres daqueles bares de terceira categoria, como sinucas, puteirinhos de beira de estrada e toda sorte de apartamentos sub-locados fedendo a Alfazema de Flores.
Bossanovista: Egocêntrico até não dar mais. Pensa que o sol e a lua giram ao seu redor. Têm coordenação motora fina deficiente. Não conseguem assoviar e comer chiclete ao mesmo tempo. Têm imensa dificuldade em cantar afinados, por isso a insitência em cantar numa nota só. Têm desprezo por gente humilde (pra não dizer gente pobre) e se beneficiam da ingnorância alheia para espalhar mundo afora que João Gilberto é Deus. Na verdade, escondem que João Gilberto tem dificuldade motora e por isso toca algumas notas em contratempo.
Well, outro dia listo outros fanáticos de estilos como reggae, música erudita e rock farofa.
Fui comer salame e beber vino de colônia.
O Instituto FBCX da Irlanda submeteu 1,5 mil pessoas, durante 3 anos de árdua pesquisa. Queriam saber o que pensam os fanáticos de diferentes gêneros musicais.
Metaleiro: Imagina que a mãe está no centro do universo. Geralmente tem bons modos, é inteligente e dedicado, diferentemente do que versa o senso comum. São tímidos e mesmo quem ama uma guitarreira louca não vai pra cama sem antes ouvir Wagner ou Bach.
Pagodeiro: Diz pra toda garotinha que fez uma canção especial pra ela. Diz pra toda a galera que foi o primeiro a comer a filha do dono da padaria. Não dorme sem antes beber umas Brahma, rezar pro Zeca Pagodinho ou vomitar na pia do banheiro do bar do vizinho.
Funkeiro: Só pensa no rabo da vizinha. Quando lembra respira. Quando dói, passa gelo. Quando sente medo, usa uma AR-15 pra meter bala em todo mundo.
Jazeiro: Pensa que o mundo gira ao seu redor. Só come o que tiver nome francês ou abusa do exotismo. Desconhece heróis nacionais, e limita-se a bocejar quando o Hino Nacional é tocado ou cantado. Os filhos de jazeiros não aprendem a falar, eles se comunicam através de instrumentos de sopro. Todos os casamentos entre amantes do jazz acabam num bar, ao som de Miles Daves.
Blueseiro: Cerveja é o alimento do corpo, mas os solos de BB King, o alimento da alma. Todas as noites o blueseiro fanático engole três hambúrgueres acebolados e encharcados de catchupe. Todo blueseiro é magrinho até os 12 anos. Depois, passa a engordar e a pegar todas as mulheres daqueles bares de terceira categoria, como sinucas, puteirinhos de beira de estrada e toda sorte de apartamentos sub-locados fedendo a Alfazema de Flores.
Bossanovista: Egocêntrico até não dar mais. Pensa que o sol e a lua giram ao seu redor. Têm coordenação motora fina deficiente. Não conseguem assoviar e comer chiclete ao mesmo tempo. Têm imensa dificuldade em cantar afinados, por isso a insitência em cantar numa nota só. Têm desprezo por gente humilde (pra não dizer gente pobre) e se beneficiam da ingnorância alheia para espalhar mundo afora que João Gilberto é Deus. Na verdade, escondem que João Gilberto tem dificuldade motora e por isso toca algumas notas em contratempo.
Well, outro dia listo outros fanáticos de estilos como reggae, música erudita e rock farofa.
Fui comer salame e beber vino de colônia.
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
o zimbabue é aqui
Dizem por aí, que o Caetano Veloso será enrabado pela Courtney Love. Só espero que seja sem KY. Será lindo ouvir a guitarreira de Seatle ressoando nas entranhas do pai do embromeixon brazuca. Só acho ainda que o Caetano anda perdendo tempo com a música, ele deveria ser presidente. Não do Brasil, lógico. Mas presidente lá na Romênia.
Caetano para presidente da Romênia. E Gilberto Gil para Ministro do Nadeixon Novesfora. E sabe que o Ligeirinho poderia ser o Conselheiro Mór do Caetano? Sério. Não tô brincando. O Ligeirinho e sua filosofia e semiótica podem ensinar Caetano a entender que mundo é esse. Aliás, entender de uma vez por todas o que diz a letra de "O Haiti não é aqui", porque ele canta, mas ainda não entende. É sério. Ele, o próprio, já me disse isso uma vez.
Voltando a enrabada, Courtney Love vai levar essa. E muitas outras. Quem comeu o próprio marido, sem KY, e ainda tomou dele a grana, vai fazer muito pior com Caetano. Não vai restar nada dele, nem mesmo dinheiro para pagar direito autoral ao Peninha e tantos outros. Caetano vai ter de lamber o pé do Tom Zé...só pra não perder a rima pobre. Ô pobreza essa Caetano.
E viva a Sanidade da Liberdade Irrestrita e sem Farinha de Mandioca. E tenho dito.
Fui comer sagú.
Caetano para presidente da Romênia. E Gilberto Gil para Ministro do Nadeixon Novesfora. E sabe que o Ligeirinho poderia ser o Conselheiro Mór do Caetano? Sério. Não tô brincando. O Ligeirinho e sua filosofia e semiótica podem ensinar Caetano a entender que mundo é esse. Aliás, entender de uma vez por todas o que diz a letra de "O Haiti não é aqui", porque ele canta, mas ainda não entende. É sério. Ele, o próprio, já me disse isso uma vez.
Voltando a enrabada, Courtney Love vai levar essa. E muitas outras. Quem comeu o próprio marido, sem KY, e ainda tomou dele a grana, vai fazer muito pior com Caetano. Não vai restar nada dele, nem mesmo dinheiro para pagar direito autoral ao Peninha e tantos outros. Caetano vai ter de lamber o pé do Tom Zé...só pra não perder a rima pobre. Ô pobreza essa Caetano.
E viva a Sanidade da Liberdade Irrestrita e sem Farinha de Mandioca. E tenho dito.
Fui comer sagú.
pesquisa
Segundo a pesquisa PASSEIORRODO o vereador LIGEIRINHO terá um milhão de votos em Caxias.
Como diz o mala da TV: "É bom esse Ligeirinho".
Fui
Como diz o mala da TV: "É bom esse Ligeirinho".
Fui
terça-feira, 26 de agosto de 2008
direto da boca do lixo
Não adianta, mesmo longe de Caxias, do RS e do Brasil, os cabra-macho acabam me encontrando. Acabo de receber um e-mail do saudoso músico e tresloucado artista gaúcho, o Sr. Egisto Dal Santo. Quem não conhece o rapá deveria se informar-SE logo, urgentemente. Porque de nada adianta saber quem escreveu "O Quatrilho" se não souber quem é Egisto. Se não souber onde pesquisar sobre o artista vá perguntar para o Jorge de Jesus (o Mono DJ).
E não é que o Egisto virou agora escritor? Vai lançar o primeiro livro, chamado "Notas de Viagem", quinta-feira, em Porto Alegre, no Zelig.
Pra te deixar bem LOCO querendo ler o livro segue um trecho do primeiro capítulo, em que Egisto conta a bizarra história ocorrida durante as gravações do disco do Júpiter Maçã, em 1996:
"Quando ele entrou na sala, à primeira vista, não acreditamos, era surreal, e pior, não era como nos filmes. Somente quando acordamos e vimos o Glauco Caruso (o batera) levar várias coronhadas de uma 'imensa' MAGNUN 765, é que caímos na realidade. (...) ele declarou que tinha vindo ali pra matar o FLÁVIO BASSO e que para os outros não faria mal (...) estava na cara que ele não sabia (...) quem era o tal do Flávio Basso, e com essa história do nome diferente (Júpiter) ficava tudo meio esculhambado na doentia cabeça dele. Bom, pegou os documentos do Vinny (Tonelo), os meus, os do Gustavo (Dreher) e então chegou no Flávio que logo gritou:
- Eu não tenho documento!… (com sotaque bonfiniano). Mas a carteira estava cheia (...) o cara pegou e leu em voz alta na identidade:
- Então tu que é o FLÁVIO BASSO!?… Pronto. Fudeu. Aquele silêncio quase mortal, ou até. E o terror falou ameaçadoramente decisivo:
- Tu passou AIDS pra minha irmã e eu vim aqui pra te matar!
A resposta do Flávio foi imediata e automática/autômata:
- Eu não como ninguém, eu não como ninguém…"
Sobre a obra
Impressão: livro impresso em papel reciclado
Formato: 14x21 cm
Nº de págs: 210
Preço: R$ 31,00
Como comprar: vendido exclusivamente pelo site armazemdigital.com.br
Serviço
O que: Lançamento do Livro Notas de viagens, de Egisto Dal Santo
Quando: 28/08/2008, às 19h
Onde: no Zelig Bar - Sarmento Leite, 1086
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Pilantra
E não é que mesmo aqui na EURÓPIA encontrei gentalha?
Sim, um mané que tinha sotaque tálian, deu uma surra num velhinho. Me disse o cara que vende baguetes na esquina da Gare de Lyon, que esse demente tália é viciado e sempre faz isso.
Well, a vida como ela é, mesmo sem Nelson. Se bem que o cara até se parecia com o Nelson Piquet.
Inté.
Sim, um mané que tinha sotaque tálian, deu uma surra num velhinho. Me disse o cara que vende baguetes na esquina da Gare de Lyon, que esse demente tália é viciado e sempre faz isso.
Well, a vida como ela é, mesmo sem Nelson. Se bem que o cara até se parecia com o Nelson Piquet.
Inté.
férias
Amigos e amigas do meu Brasil Varonil, e da minha cidade querida, Capital da Fruticultura, desculpem-me o afastamento do mundo virtual. Ando muito ocupado. Tô de férias. Agora, neste exato momento escrevo do trem. Não aquele tipo de trem que chegou em Caxias em 1930...mas um trem com ar condicionado, bancos bem fofinhos e vinho tinto. Tô quase em Paris. Espero refrescar-me nos cinemas parisienses e lembrar do dia em que Dorival encarou a guarda.
Cheguei. Daqui a pouco REPOSTO o POST com fotos da Gare de Lyon.
Fui.
Mercy.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
esse mundo é uma piada
Olha que merda...Uma topeira do lado do Kikito. A foto é de 2007, mas pode ser desse ano também porque o mala foi pra Gramado DINOVO...
Isso que eu nem fui esse ano pra Gramado, a cidade mais FAKE do mundo. Nem o PROJAKKKKE, da Globo, é tão fake.
Dizem que vai ter um anúncio surpresa! O Zé do Caixão vai oficializar amanhã o convite à Saudosa Governadora Yeda. Ela vai ser a estrela do filme Mansão Adulterada - Versão sem Cortes e sem Legendas. Dizem que o DVD vai custar uma bagatela. Ah, e nem vai precisar nota fiscal.
E viva o Centauro.
Almondegas para todos. Fui.
lista
Viram a lista de AUTISTAS aprovados pelo edital 2008 do Fundoprocultura?
Até minha vó já viu, manezada...mas pra quem não viu ainda pesquise http://www.caxias.rs.gov.br, no link CULTURA e depois FUNDOPROCULTURA e depois clique em CONTEMPLADOS.
Pronto. Vá lá e analise. É curioso e bem engraçado ver como os artistas mais difamados pelas últimas comissões do Fundoprocultura e/ou artistas odiados "ad eternum" por muitas pessoas do alto escalão da Secretaria da Cultura, foram contemplados.
Se eu começar a listar um por um vai demorar e agora tô sem paciência.
Mas em cada uma das áreas há pelo menos um artista nessas condições.
Seria uma maneira de apaziguar os ânimos tendo em vista as eleições municipais? Respondo: sim, sem dúvida. E vai funcionar? Respondo: quem sabe, afinald e contas ainda tem gente que acredita em Papai Noel.
Eu ainda prefiro recordar dos fatos que tornaram a cidade um oásis para comediantes em fim de carreira. Porque comédia não é a piada em si, mas...deixa pra lá. Cansei de explicar a piada. Ando explicando até por telefone. E é bom pararem com isso, porque preciso de mais tempo para o meu amor.
Ao recordar dos fatos lembro de tantos atropelos: o Filtro Cultural, o enclausuramento das obras do Amarp (desde 2005), a cambaleante Cia. de Dança (porque tirar o trenzinho de quem sabia brincar?)... Ai, ai, dói minha espinha só de lembrar de tanta coisa estranha que aconteceu. E melhor nem lembrar de tudo...porque vai bater uma tristeza...e vou começar a falar da Capital e aí vira disco riscado.
Agora fui, plantar uma árvore.
Até minha vó já viu, manezada...mas pra quem não viu ainda pesquise http://www.caxias.rs.gov.br, no link CULTURA e depois FUNDOPROCULTURA e depois clique em CONTEMPLADOS.
Pronto. Vá lá e analise. É curioso e bem engraçado ver como os artistas mais difamados pelas últimas comissões do Fundoprocultura e/ou artistas odiados "ad eternum" por muitas pessoas do alto escalão da Secretaria da Cultura, foram contemplados.
Se eu começar a listar um por um vai demorar e agora tô sem paciência.
Mas em cada uma das áreas há pelo menos um artista nessas condições.
Seria uma maneira de apaziguar os ânimos tendo em vista as eleições municipais? Respondo: sim, sem dúvida. E vai funcionar? Respondo: quem sabe, afinald e contas ainda tem gente que acredita em Papai Noel.
Eu ainda prefiro recordar dos fatos que tornaram a cidade um oásis para comediantes em fim de carreira. Porque comédia não é a piada em si, mas...deixa pra lá. Cansei de explicar a piada. Ando explicando até por telefone. E é bom pararem com isso, porque preciso de mais tempo para o meu amor.
Ao recordar dos fatos lembro de tantos atropelos: o Filtro Cultural, o enclausuramento das obras do Amarp (desde 2005), a cambaleante Cia. de Dança (porque tirar o trenzinho de quem sabia brincar?)... Ai, ai, dói minha espinha só de lembrar de tanta coisa estranha que aconteceu. E melhor nem lembrar de tudo...porque vai bater uma tristeza...e vou começar a falar da Capital e aí vira disco riscado.
Agora fui, plantar uma árvore.
chega!
Alguém aí, que é mais gaudério do que eu, que praticamente nasci de bombachas, sabe por onde anda a Daiane dos Santos? Eu não vi ela nas Olimpíadas, muito menos aqui por Shanghai. Aliás, vi o Zuzuwah comendo sashimi com 'scudeguim' aqui por Shanghai. O Zuzu tá aqui numa turnê do glorioso Coletivo Shaghai.
Voltando à Saiane. Alguém aí além de mim e do Didi Mocó, não aguenta mais a Daiane? Pô, é pior do que tomar laxante. A gente torce e torce e ela nunca ganha nada. Nem algodão doce. Parece até uns e outros aí, espalhados por Caxias, que insistem em bater a cabeça num prego. Tentam levar adiante seu egos inflamados pela cidade, na esperança de que alguém sinta pena por eles.
Dói na alma.
Ou como diz o outro: "Pare de tomar a pílula".
E vamo que vamo porque os cães ladram, mas a caravana passa e passará ilesa.
E amanhã, quando acabar o ano da Capital, minha avó poderá sair às ruas e gritar, feliz: "Meno male que acabô".
Voltando à Saiane. Alguém aí além de mim e do Didi Mocó, não aguenta mais a Daiane? Pô, é pior do que tomar laxante. A gente torce e torce e ela nunca ganha nada. Nem algodão doce. Parece até uns e outros aí, espalhados por Caxias, que insistem em bater a cabeça num prego. Tentam levar adiante seu egos inflamados pela cidade, na esperança de que alguém sinta pena por eles.
Dói na alma.
Ou como diz o outro: "Pare de tomar a pílula".
E vamo que vamo porque os cães ladram, mas a caravana passa e passará ilesa.
E amanhã, quando acabar o ano da Capital, minha avó poderá sair às ruas e gritar, feliz: "Meno male que acabô".
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
descurpe
Ô, gentalha. Desculpem a ausência. É que eu tô viajando. Agora estou mais perto do Congo, quase na casa do meu amigo Casara. Pena que ficarei poucos dias. É mais para trazer material para um documentário.
Aguardem.
Enquanto isso, sugiro todos gritarem pela janela: "Eu sei o que ELA fez no verão passado".
Fui.
Ah, no meu iPOD só tem rancheira, música folcrórica italiana e rap. O resto só com vasilina.
Mas um dia eu vou ser como os caras da Bacon 27, ou como o Rafael Schuler ou ainda como a Patrícia Viana. Suerte a todos.
Fui 2.
Aguardem.
Enquanto isso, sugiro todos gritarem pela janela: "Eu sei o que ELA fez no verão passado".
Fui.
Ah, no meu iPOD só tem rancheira, música folcrórica italiana e rap. O resto só com vasilina.
Mas um dia eu vou ser como os caras da Bacon 27, ou como o Rafael Schuler ou ainda como a Patrícia Viana. Suerte a todos.
Fui 2.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
o porco morto, em Gramado
O Pai do VICTUR/URB-AL, o camarada João Tonus, salvou o projeto do quase colapso. E mais uma vez, não é o Mugnolini que diz, é só ficar sentado no corredor da prefeitura e ouvir.
Prosseguindo...e ao que interessa...cinco dos doze vídeos (entre ficção e documentário) serão exibidos em uma mostra especial, no dia 13 de agosto, no Gramado Cine Vídeo.
Pode ir lá, porque é DI GRÁTIS. O João, orgulhoso que só ele pela prole que tá nascendo, estará lá. E merece.
here comes the sun
Má Dio Cristo, a cada dia que passa mais gente me lê no blog. Me lêem mais no blog do que liam no Pioneiro.
Benzadeus.
E salve o Jorge. O DJ, o cantor, o cineasta, o ator e o Santo.
Fui colher amoras.
Benzadeus.
E salve o Jorge. O DJ, o cantor, o cineasta, o ator e o Santo.
Fui colher amoras.
a cura
Seria essa RAVE a cura do meu JAZZISMO?
Marco de Menezes, médico e poeta; Paulo Canton, ator e mexedor da bolsa de valores; Guto Nesi, poeta e empresário; e Woddy Allen, judeu e cineasta, vão orar por mim. Dizem que meu JAZZISMO é quase um eclipse lunar na Bósnia pós-guerra. E se cheguei até aqui ileso, sem pavor, sem qualquer recaída, é sinal de que o JAZZISMO já se instaurou nas minhas células.
MÃNS, TODAVIA, CONTUDO...e para o bem da nação, e do amor livre, o Radiohead resiste nas minhas entranhas. E, ainda bem, o Revival Rock Bar segue IMPÁVIDO como diz a letra do hino nacional. O impávido bar vai realizar a táo sonhada RAVE DO RÓQUE! Uhu! Mas Douglas, PELAMORDEDEUS não entra nessa de distribuir PULSEIRINHAS FLUORESCENTES...nem permite apitos, muito menos ÓCULOS MODERNÓOOOOOSOS.
E se tiver muita gente reunida tomando água (e só água)... chuta porque é macumba.
Ah, se beber vá pra RAVE DO RÓQUE. Se não beber, fique em casa ouvindo JAZZ.
Fui.
Marco de Menezes, médico e poeta; Paulo Canton, ator e mexedor da bolsa de valores; Guto Nesi, poeta e empresário; e Woddy Allen, judeu e cineasta, vão orar por mim. Dizem que meu JAZZISMO é quase um eclipse lunar na Bósnia pós-guerra. E se cheguei até aqui ileso, sem pavor, sem qualquer recaída, é sinal de que o JAZZISMO já se instaurou nas minhas células.
MÃNS, TODAVIA, CONTUDO...e para o bem da nação, e do amor livre, o Radiohead resiste nas minhas entranhas. E, ainda bem, o Revival Rock Bar segue IMPÁVIDO como diz a letra do hino nacional. O impávido bar vai realizar a táo sonhada RAVE DO RÓQUE! Uhu! Mas Douglas, PELAMORDEDEUS não entra nessa de distribuir PULSEIRINHAS FLUORESCENTES...nem permite apitos, muito menos ÓCULOS MODERNÓOOOOOSOS.
E se tiver muita gente reunida tomando água (e só água)... chuta porque é macumba.
Ah, se beber vá pra RAVE DO RÓQUE. Se não beber, fique em casa ouvindo JAZZ.
Fui.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
sem segredo
O mundo é uma bola. Ou ESFERA como diz o professor de ASTROFÍSICA. E isso não é mais segredo algum. Da mesma forma, uma sala de cimema como a do Centro de Cultura Ordovás, só vai lotar se o filme for bom! E se for novidade, se já não estiver em TODAS as locadoras da colônia.
Veja só o exemplo: "O Banheiro do Papa", co-produção Brasil e Uruguai, dirigida por César Charlone e Enrique Fernádez, teve duas sessões com bastante público, no domingo. Na primeira sessão, às 18h, haviam 53 espectadores. Na sessão das 20h, não confirmei com a bilheteria, mas devia ter pelo menos 60 pessoas.
O que isso comprova? É simples diagnosticar. A coordenação da Sala de Cinema Ulysses Geremia, do Ordovás, é preguiçosa. Porque sempre que o cidadão em questão se esmera, corre atrás, tenta se informar, o púbçico reage positivamente. Mas sempre que a postura dele é de preguiçoso, o público reage igualmente e não vai.
Ou vocês acham que alguém sairia de casa para ver um filme que já está na locadora, ou para ver um filme sem as devidas condições técnicas, como uma boa projeção e um bom som, por exemplo. "Ah...a culpa é da cópia"....sim, sempre a culpa é de alguém, menos do cidadão que ESCOLHE os filmes, porque ele é um gênio, porque já conseguiu ENGANAR a imprensa dizendo certa vez que iria concorrer ao prêmio JABUTI de Literatura.
E depois é a lontra que não sabe pescar. Jesus, onde fui amarrar meu jegue.
E assim caminha a humanidade.
Felizmente, Charlone e Fernández nos brindam com um excelente filme. Felizmente o cidadão lê os comentários de quem sabe algo sobre cinema e resolveu trazer a Caxias algum filme decente.
E viva a Capital Intergaláctica da Fruticultura, como também andam dizendo por aí.
Adorei: Fruticultura.
Obrigado pela piada caro amigo indiano, que toca tambores meditando.
Fui comer pastel.
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
temporada
Sem essa de dizem por aí. É fato.
Teatreiro de Caxias veio me dizer que há uma nova regra na Casa da Cultra. Lembra? É o mesmo espaço onde em 2005 se criou uma polêmica do cão...a do tal FILTRO CULTURAL. Na época, a diretora da casa, a senhora Maria Inês Périco, baixou normas como: proibir shows de ROCK, proibir apresentações de escolas de BALÉ da cidade, proibir shows de HUMOR. E é bom que se diga que a determinação de Maria criou um certo constrangimento até mesmo entre os artistas e funcionários mais antigos da casa.
A nova LEI é a seguinte: temporada, ou seja, espetáculos com agendamento para varios dias, estão com os dias contados. Maria só permite o máximo de três dias de apresentações da mesma peça, montagem ou show. Por que? Vocês terão de perguntar para ela, porque ela não fala comigo, nem me concede entrevista desde que expus à mídia o tal do FILTRO CULTURAL. Só não me impediu de entrar na casa da cultura, porque é um espaço público.
Temporada de teatro, ou de dança, etc, só é possível quando se têm planejamento, e mais, quando se sabe o que se faz, e mais e mais ainda, quando se têm POLÍTICA CULTURAL pensada, definida e arquitetada. O que não é o caso, nem da Casa, nem da secretaria da Cutura, como um todo. Pena que toda a perspectiva de formação de público, de educação através da arte, de inciativas idelaizadas para melhoria da qualidade de vida das pessoas, tenha sido desprezada, em nome de LEIS, NORMAS e posicionamentos DITATORIAIS, como o FILTRO CULTURAL ou essa nova determinação de reduzir o número de dias de um espetáculo.
Uma perguntinha: e se o Chico Buarque quisesse vir à Caxias? Teria só três dias?
Outra perguntinha: no caso de o Chico vir a receber um tratamento diferenciado...por que essa administração enfraqueceu tanto o apoio aos grupos locais?
Agora chega, tenho de ir colher girassóis, lá na rússia. Que baita filme, aliás. Marcello e Sofia Loren...
Fui
Teatreiro de Caxias veio me dizer que há uma nova regra na Casa da Cultra. Lembra? É o mesmo espaço onde em 2005 se criou uma polêmica do cão...a do tal FILTRO CULTURAL. Na época, a diretora da casa, a senhora Maria Inês Périco, baixou normas como: proibir shows de ROCK, proibir apresentações de escolas de BALÉ da cidade, proibir shows de HUMOR. E é bom que se diga que a determinação de Maria criou um certo constrangimento até mesmo entre os artistas e funcionários mais antigos da casa.
A nova LEI é a seguinte: temporada, ou seja, espetáculos com agendamento para varios dias, estão com os dias contados. Maria só permite o máximo de três dias de apresentações da mesma peça, montagem ou show. Por que? Vocês terão de perguntar para ela, porque ela não fala comigo, nem me concede entrevista desde que expus à mídia o tal do FILTRO CULTURAL. Só não me impediu de entrar na casa da cultura, porque é um espaço público.
Temporada de teatro, ou de dança, etc, só é possível quando se têm planejamento, e mais, quando se sabe o que se faz, e mais e mais ainda, quando se têm POLÍTICA CULTURAL pensada, definida e arquitetada. O que não é o caso, nem da Casa, nem da secretaria da Cutura, como um todo. Pena que toda a perspectiva de formação de público, de educação através da arte, de inciativas idelaizadas para melhoria da qualidade de vida das pessoas, tenha sido desprezada, em nome de LEIS, NORMAS e posicionamentos DITATORIAIS, como o FILTRO CULTURAL ou essa nova determinação de reduzir o número de dias de um espetáculo.
Uma perguntinha: e se o Chico Buarque quisesse vir à Caxias? Teria só três dias?
Outra perguntinha: no caso de o Chico vir a receber um tratamento diferenciado...por que essa administração enfraqueceu tanto o apoio aos grupos locais?
Agora chega, tenho de ir colher girassóis, lá na rússia. Que baita filme, aliás. Marcello e Sofia Loren...
Fui
quinta-feira, 31 de julho de 2008
areia perdeu...
Areia perdeu. E com isso perdi a esperança em um mundo melhor. A nova e promissora Capital Intergaláctica da Cultura, recém eleita para o mandato em 2009, é São Luís, no Maranhão. Na Terra do Reggae, onde GANDJA rescussitou, é ainda a Cidade dos Azuleijos e tem o Bumba-Meu-Boi.
Eis a justificativa OFICIAL, do pai da ONG Capital Brasileira da Cultura, Mário Vendrell:
“São Luís merece o título por ter apresentado uma candidatura consistente, amparada no rico patrimônio cultural material e imaterial que a cidade possui.” diz Mário Vendrell, Diretor Executivo da ONG CBC. “A Capital Brasileira da Cultura 2009 será uma grande oportunidade para que a cidade possa promover-se nacional e internacionalmente, mostrando todos seus atrativos culturais e turísticos. Esperamos que saiba aproveitá-la para que possa obter todos os benefícios que o título de capital cultural oferece” conclui Vendrell.
Você aí, amigo e amiga, do outro lado do planeta, lembra do que Mário Vendrell disse a respeito da escolha de Caxias como Capital Intergaláctica da Cultura em 2008. Como você não lembra, eu busquei nos ANAIS da ONG CBC o que Mário disse sobre Caxias:
“Caxias obteve o título principalmente pela coesão demonstrada pela prefeitura em querer ser capital cultural e pela mobilização da sociedade civil em apoio à candidatura” diz Mário Vendrell Diretor Executivo da ONG CBC. “A Capital Brasileira da Cultura não é apenas um título, mas o reflexo da vontade coletiva de uma cidade em querer valorizar e mostrar a sua identidade cultural” conclui Vendrell.
Well, usando da SEMIÓTICA, da amada Lúcia Sanataela...(santo Deus, sic), eis a leitura que se pode fazer. Leia as duas frases novamente e siga-me:
1. São Luís ganhou porque merecia, porque seu patrimônia materiale imaterial é relevantíssimo.
2. Caxias ganhou porque a prefeitura quis, e vendeu a idéia de que ser a Capital ia deixar a todos tão felizes, mas tão felizes, que todos os caxienses e migrantes iriam invadir TODAS as salas de cinema, ir a TODOS os espetáculos de teatro, ver e ouvir TODOS os shows de TODAS as bandas de TODAS as querências. Por que? Porque caxiense ama cultura.
Well, eu preferia Areia. Eu preferia também que as pessoas em Caxias morressem pela cultura. Tanto não morrem que não se importam em ver a Cia de Dança caquética, trôpega... Não se importam com a forma como o teatro municipal é administrado... Não se importam com a segrergação do movimento hip hop... Não se importam com a flutuante programação da sala de cinema do ordovás... Não se importam com as 600 obras do AMARP (Acervo Municipal de Artes Plásticas) que seguem TRANCAFIADAS no segundo andar do Ordovás...Não se importam com a situação vergonhosa do Salão de Artes...Não se importam em ver a Cultura em segundo plano.
Infelizmente, caxiense não se importa com Cultura. Felizmente, tem uma legião de novos artistas e consumidores de Cultura muito infelizes com a maneira como se vê a Cultura na cidade, interior e bairros. Felizmente, esses ávidos guerreiros passam por cima da incapacidade de pensar e realizar numa política decente de Cultura. Porque Cultura em Caxias é mais do que a polenta com queijo ralado, é mais do que o hip hop, é mais do que a dança contemporânea....é TUDO isso ao mesmo tempo, aqui e agora, proporcionando livre acesso, programação contínua de qualidade (não quantidade...) e valorização da cultura local, e lógico, perceber que Caxias é uma das milhares de cidades desse mundo, e que os artistas daqui podem e devem dialogar com o MUNDO.
Fui longe demais? Lógico, mas o que importa é que foi dada a contagem regressiva para a máscara da Capital cair.
Fui comer um pastel.
Inté
Eis a justificativa OFICIAL, do pai da ONG Capital Brasileira da Cultura, Mário Vendrell:
“São Luís merece o título por ter apresentado uma candidatura consistente, amparada no rico patrimônio cultural material e imaterial que a cidade possui.” diz Mário Vendrell, Diretor Executivo da ONG CBC. “A Capital Brasileira da Cultura 2009 será uma grande oportunidade para que a cidade possa promover-se nacional e internacionalmente, mostrando todos seus atrativos culturais e turísticos. Esperamos que saiba aproveitá-la para que possa obter todos os benefícios que o título de capital cultural oferece” conclui Vendrell.
Você aí, amigo e amiga, do outro lado do planeta, lembra do que Mário Vendrell disse a respeito da escolha de Caxias como Capital Intergaláctica da Cultura em 2008. Como você não lembra, eu busquei nos ANAIS da ONG CBC o que Mário disse sobre Caxias:
“Caxias obteve o título principalmente pela coesão demonstrada pela prefeitura em querer ser capital cultural e pela mobilização da sociedade civil em apoio à candidatura” diz Mário Vendrell Diretor Executivo da ONG CBC. “A Capital Brasileira da Cultura não é apenas um título, mas o reflexo da vontade coletiva de uma cidade em querer valorizar e mostrar a sua identidade cultural” conclui Vendrell.
Well, usando da SEMIÓTICA, da amada Lúcia Sanataela...(santo Deus, sic), eis a leitura que se pode fazer. Leia as duas frases novamente e siga-me:
1. São Luís ganhou porque merecia, porque seu patrimônia materiale imaterial é relevantíssimo.
2. Caxias ganhou porque a prefeitura quis, e vendeu a idéia de que ser a Capital ia deixar a todos tão felizes, mas tão felizes, que todos os caxienses e migrantes iriam invadir TODAS as salas de cinema, ir a TODOS os espetáculos de teatro, ver e ouvir TODOS os shows de TODAS as bandas de TODAS as querências. Por que? Porque caxiense ama cultura.
Well, eu preferia Areia. Eu preferia também que as pessoas em Caxias morressem pela cultura. Tanto não morrem que não se importam em ver a Cia de Dança caquética, trôpega... Não se importam com a forma como o teatro municipal é administrado... Não se importam com a segrergação do movimento hip hop... Não se importam com a flutuante programação da sala de cinema do ordovás... Não se importam com as 600 obras do AMARP (Acervo Municipal de Artes Plásticas) que seguem TRANCAFIADAS no segundo andar do Ordovás...Não se importam com a situação vergonhosa do Salão de Artes...Não se importam em ver a Cultura em segundo plano.
Infelizmente, caxiense não se importa com Cultura. Felizmente, tem uma legião de novos artistas e consumidores de Cultura muito infelizes com a maneira como se vê a Cultura na cidade, interior e bairros. Felizmente, esses ávidos guerreiros passam por cima da incapacidade de pensar e realizar numa política decente de Cultura. Porque Cultura em Caxias é mais do que a polenta com queijo ralado, é mais do que o hip hop, é mais do que a dança contemporânea....é TUDO isso ao mesmo tempo, aqui e agora, proporcionando livre acesso, programação contínua de qualidade (não quantidade...) e valorização da cultura local, e lógico, perceber que Caxias é uma das milhares de cidades desse mundo, e que os artistas daqui podem e devem dialogar com o MUNDO.
Fui longe demais? Lógico, mas o que importa é que foi dada a contagem regressiva para a máscara da Capital cair.
Fui comer um pastel.
Inté
sexta-feira, 25 de julho de 2008
sem salão
Sabe aquele cidadão sem lenço nem documento, quase sem passado, ávido por um futuro, tresloucado por um dia melhor, que desprevido de renda acaba dormindo, almoçando, e indo aos pés na mesma peça? Pois bem, é quase isso que anda acontecendo com os projetos da Capital Intergaláctica da Cultura.
O maior e mais ambicioso deles, a criação do Salão do Livro Infantil, não vai sair em 2008. Não vai sair neste ano da Capital, talvez não saia durante o governo Sartori. Palavra de quem manda. Não é AXISMO meu. É fato. É informação. Me foi dita no gabinete do atual Secretário da Cultura, João Tonus, pela coordenadora do Programa Permanente de Estímulo à Leitura, Luiza da Motta.
E por que não vai sair? Porque não e pronto. Porque não conseguiram captar um centavo sequer dos R$ 600 e poucos mil necessários. Uma pena. Mas o grande trunfo da Capital não vai sair. Sendo assim, está mais perto do fiasco do que em janeiro. Dupla pena. Porque o que era para virar referência e efervescência...virou motivo de chacota.
Mas, e ainda acredito em Papai Noel. Tanto quanto acredito na votação recorde do Camarada Ligeirinho (Kylmair) para vereador. Seria ele o nosso novo CHEFE da CÂMARA? Para varrer de uma vez por todas a insesatez? E ainda sem Salão do Livro Infantil? E teria Ligeirinho o poder de fazer de Caxias a Capital Eterna da Cultura?
Inté.
O maior e mais ambicioso deles, a criação do Salão do Livro Infantil, não vai sair em 2008. Não vai sair neste ano da Capital, talvez não saia durante o governo Sartori. Palavra de quem manda. Não é AXISMO meu. É fato. É informação. Me foi dita no gabinete do atual Secretário da Cultura, João Tonus, pela coordenadora do Programa Permanente de Estímulo à Leitura, Luiza da Motta.
E por que não vai sair? Porque não e pronto. Porque não conseguiram captar um centavo sequer dos R$ 600 e poucos mil necessários. Uma pena. Mas o grande trunfo da Capital não vai sair. Sendo assim, está mais perto do fiasco do que em janeiro. Dupla pena. Porque o que era para virar referência e efervescência...virou motivo de chacota.
Mas, e ainda acredito em Papai Noel. Tanto quanto acredito na votação recorde do Camarada Ligeirinho (Kylmair) para vereador. Seria ele o nosso novo CHEFE da CÂMARA? Para varrer de uma vez por todas a insesatez? E ainda sem Salão do Livro Infantil? E teria Ligeirinho o poder de fazer de Caxias a Capital Eterna da Cultura?
Inté.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
a matança do porco
Um dia desses (aliás, era noite) conversando com o Juliano Carpeggiani (diretor do Núcleo de Produção Audiovisual de Flores da Cunha) soube que ele precisava produzir um vídeo sobre a tradição dos imigrantes italianos de matar porco para fazer salame e etc. Achei a idéia linda. E topei fazer.
Hoje, a poucos instantes, aliás, encerrei a montagem desse documentário. Assistindo de cabo a rabo, depois de pronto, percebi que se tratava do primeiro curta-metragem gonzo da Serra Gaúcha, e por isso mesmo, resolvi dedicar o filme a Hunter S. Thompson.
Só não tem cenas de sexo, nem de pessoas usando drogas. Mas com certeza quem ama bichinhos, quem é defensor dos animais vai achar uma droga ver um porco perdendo a vida para alimentar descendendes de imigrantes italianos. Só pra alimentar a polêmica: não mostramos sangue jorrando na tela, só o momento exato de ceifar a vida e o pós-mortem.
Ah, e tem gente se deliciando comendo salaminho. E vai dizer, é bom comer salame né?
Outro dia quem sabe eu coloque aqui o link do vídeo se eu resolver colocar no YouTube.
Fui.
Esse papo me deu fome.
p.s.: o documentário é realizado com financiamento da Comunidade Européia, através do projeto VICTUR/URB-AL, salvo aliás, pelo João Tonus. Porque sem a interferência do Tonus a prfeitura de Caxias teria de devolver todo o dinheiro.
p.s.2: valeu Tonus.
Hoje, a poucos instantes, aliás, encerrei a montagem desse documentário. Assistindo de cabo a rabo, depois de pronto, percebi que se tratava do primeiro curta-metragem gonzo da Serra Gaúcha, e por isso mesmo, resolvi dedicar o filme a Hunter S. Thompson.
Só não tem cenas de sexo, nem de pessoas usando drogas. Mas com certeza quem ama bichinhos, quem é defensor dos animais vai achar uma droga ver um porco perdendo a vida para alimentar descendendes de imigrantes italianos. Só pra alimentar a polêmica: não mostramos sangue jorrando na tela, só o momento exato de ceifar a vida e o pós-mortem.
Ah, e tem gente se deliciando comendo salaminho. E vai dizer, é bom comer salame né?
Outro dia quem sabe eu coloque aqui o link do vídeo se eu resolver colocar no YouTube.
Fui.
Esse papo me deu fome.
p.s.: o documentário é realizado com financiamento da Comunidade Européia, através do projeto VICTUR/URB-AL, salvo aliás, pelo João Tonus. Porque sem a interferência do Tonus a prfeitura de Caxias teria de devolver todo o dinheiro.
p.s.2: valeu Tonus.
terça-feira, 22 de julho de 2008
tonus, o salvador
Conheci o João Tonus há muito tempo. Ele foi o primeiro a encorajar e, principalmente, dar espaço a um novo cine clube que surgia em Caxias. Isso era lá pelo fim dos anos 90, virada para a década zero. O cine clube ainda existe e se chama Grande Angular. Eu não sou mais do cast, e o cine clube não tem mais conseguido ser o que já foi, mas torço pela retomada.
Enfim, quando conheci o João Tonus, ele já era um dos caras mais importantes do Míseri Coloni, um dos grupos mais respeitados do estado, estava implantando a estrutura e a programação do Teatro São Carlos e era o coordenador do brilhante projeto GentEncena, que ainda existe e espero que volte a ser pelo menos a metado do que já foi no tempo do Tonus.
Desde segunda-feira, ontem no caso, o Tonus virou o novo secretário de Cultura de Caxias do Sul. Tonus ganhou esse cargo porque Antonio Feldmann (PMDB), que ocupava a vaga desde 2005, quando José Clemente Pozenato (PSDB) pediu para sair, também pediu para sair para incorporar o grupo de políticos da situação que estão na coordenação da campanha pela reeleição de Sartori.
Justo. Cada um faz o que bem entende da sua vida. E o que precisa, como no caso do Feldmann. Porque senti um certo desgosto e desconforto dele ao me relevar a saída. Lógico que ele não deve ter saído de forma tranqüila, porque não cumpriu com sua promessa. JUROU que o AMARP e a Cia de Dança seriam suas prioridades.
As 600 obras do AMARP continuam trancafiadas em um camarim no segundo andar do Centro de Cultura Ordovás. E a Cia de Dança, segue com seus passos trôpegos, mesmo com a boa vontade de muita gente que está lá, parece que a música nunca pontua os passos e vice-versa. Mas João Tonus herdou de Feldmann o título de Capital da Cultura. E seria injusto cobrar de Tonus a resolução de todos os problemas que a Capital suscitou.
Se bem que o Tonus já salvou um projeto que estava praticamente falido, o Urb-Al/Victur. Caxias quase perdeu esse convênio entre a Comunidade Européia e outros municípios da região, como Bento Gonçalves e Flores da Cunha, por incompetência. Mas aí apareceu Tonus, o Salvador, e reorganizou o projeto, reapresentou-o e conseguiu de volta a verba que quase não veio.
E já que a febre do Batman voltou com tudo: "Conseguiria João Tonus salvar Caxias desse aterrorizante momento obscuro da cultura em Caxias?"
João vai tentar, mas acho que ao final de tudo, ou melhor, ao final da eleição, quem sabe até já a partir do dia 6 de outubro, Feldmann voltará ao seu posto para tentar salvar o que puder da colheita. Porque Tonus, repito: "não poderá ser cobrado por projetos dos outros". Porque é simples colocar o Tonus nesse redemoínho. Não é tarefa simples e não sei ainda como Tonus aceitou o desafio. Não falei com Tomus ainda, mas assim que falar com ele digo a vocês.
Tonus merece ser o Secretário da Cultura, mas não em uma condição dessas. Porque se ele fosse de fato uma unanimidade dentro da mega-hiper-e-tresloucada coligação da situação, Tonus já teria assumido como Secretário muito antes. Assume agura, num momento hiper delicado em que é mais fácil ser fritado do que valorizado.
Por outro lado, Tonus não terá muita autonomia, porque depende da programação de "eventos" da cidade, incluindo aí as coisas de sempre que voltam repaginadas pela Capital Intergaláctica da Cultura, e coisas de sempre, como Feira do Livro, Semanba Farroupilha (lá no campo devastado da Festuva) e por aí vai.
Já nem se fala mais em Salão do Livro Infantil... porque infelizmente há pouco tempo para correr atrás dos R$ 600 mil necessários para que o encontro aconteça. Enquanto isso, o que se vê pela previsão cultural é tempo fechado, sujeito a muita chuva, trovoadas, dias cinza, e um ou outro momento de calmaria. Infelizmente.
Mas eu confio no João Tonus e sei que, mesmo com essa instabilidade, em nada sua história vencedora e brilhante como um dos agentes culturtais mais relevantes e importantes dessa cidade, não será manchada. Nem mesmo tendo de encarar essa Secretaria da Cultura nessas condições.
Avante, João.
Enfim, quando conheci o João Tonus, ele já era um dos caras mais importantes do Míseri Coloni, um dos grupos mais respeitados do estado, estava implantando a estrutura e a programação do Teatro São Carlos e era o coordenador do brilhante projeto GentEncena, que ainda existe e espero que volte a ser pelo menos a metado do que já foi no tempo do Tonus.
Desde segunda-feira, ontem no caso, o Tonus virou o novo secretário de Cultura de Caxias do Sul. Tonus ganhou esse cargo porque Antonio Feldmann (PMDB), que ocupava a vaga desde 2005, quando José Clemente Pozenato (PSDB) pediu para sair, também pediu para sair para incorporar o grupo de políticos da situação que estão na coordenação da campanha pela reeleição de Sartori.
Justo. Cada um faz o que bem entende da sua vida. E o que precisa, como no caso do Feldmann. Porque senti um certo desgosto e desconforto dele ao me relevar a saída. Lógico que ele não deve ter saído de forma tranqüila, porque não cumpriu com sua promessa. JUROU que o AMARP e a Cia de Dança seriam suas prioridades.
As 600 obras do AMARP continuam trancafiadas em um camarim no segundo andar do Centro de Cultura Ordovás. E a Cia de Dança, segue com seus passos trôpegos, mesmo com a boa vontade de muita gente que está lá, parece que a música nunca pontua os passos e vice-versa. Mas João Tonus herdou de Feldmann o título de Capital da Cultura. E seria injusto cobrar de Tonus a resolução de todos os problemas que a Capital suscitou.
Se bem que o Tonus já salvou um projeto que estava praticamente falido, o Urb-Al/Victur. Caxias quase perdeu esse convênio entre a Comunidade Européia e outros municípios da região, como Bento Gonçalves e Flores da Cunha, por incompetência. Mas aí apareceu Tonus, o Salvador, e reorganizou o projeto, reapresentou-o e conseguiu de volta a verba que quase não veio.
E já que a febre do Batman voltou com tudo: "Conseguiria João Tonus salvar Caxias desse aterrorizante momento obscuro da cultura em Caxias?"
João vai tentar, mas acho que ao final de tudo, ou melhor, ao final da eleição, quem sabe até já a partir do dia 6 de outubro, Feldmann voltará ao seu posto para tentar salvar o que puder da colheita. Porque Tonus, repito: "não poderá ser cobrado por projetos dos outros". Porque é simples colocar o Tonus nesse redemoínho. Não é tarefa simples e não sei ainda como Tonus aceitou o desafio. Não falei com Tomus ainda, mas assim que falar com ele digo a vocês.
Tonus merece ser o Secretário da Cultura, mas não em uma condição dessas. Porque se ele fosse de fato uma unanimidade dentro da mega-hiper-e-tresloucada coligação da situação, Tonus já teria assumido como Secretário muito antes. Assume agura, num momento hiper delicado em que é mais fácil ser fritado do que valorizado.
Por outro lado, Tonus não terá muita autonomia, porque depende da programação de "eventos" da cidade, incluindo aí as coisas de sempre que voltam repaginadas pela Capital Intergaláctica da Cultura, e coisas de sempre, como Feira do Livro, Semanba Farroupilha (lá no campo devastado da Festuva) e por aí vai.
Já nem se fala mais em Salão do Livro Infantil... porque infelizmente há pouco tempo para correr atrás dos R$ 600 mil necessários para que o encontro aconteça. Enquanto isso, o que se vê pela previsão cultural é tempo fechado, sujeito a muita chuva, trovoadas, dias cinza, e um ou outro momento de calmaria. Infelizmente.
Mas eu confio no João Tonus e sei que, mesmo com essa instabilidade, em nada sua história vencedora e brilhante como um dos agentes culturtais mais relevantes e importantes dessa cidade, não será manchada. Nem mesmo tendo de encarar essa Secretaria da Cultura nessas condições.
Avante, João.
om
segunda-feira, 21 de julho de 2008
punk até os ossos
Só pra não dizer que não falei de política...
Que pastelão hein? Prefeitura de Caxias manda remover os ossos dos defuntos em Cemitério Comunbitário e nem avisa aos familiares. Só em Caxias, Pérola das Colônias e Capital INTERGALÁCTICA da Cultura.
Enquanto os funcionários da prefeitura reviraram os túmulos, Sartori segui com sua ENEBRIANTE campanha para ficar mais quatro anos revirando os ossos da cidadania.
Parece que a dobradinha PMDB e PDT vai começar a bradar um novo slogan: "Não importa se é árvores ou túmulos, o negócio é DIRRUBÁ". Ou ainda, "Tudo em nome do ASFALTO".
E o PV? Ainda seguirá como aliado da dobradinha Sartori/Alceu? Ou o Partido Verde não se importa mais com a função ECOLÓGICA das ÁRVORES?
E os túmulos revirados? Se o Sartori não acredita em fantasmas é melhor passar a acreditar, porque atrapalhar o sono profundo dos mortos não é a coisa mais indicada a se fazer.
well, agora fui
beijos nas crianças
Que pastelão hein? Prefeitura de Caxias manda remover os ossos dos defuntos em Cemitério Comunbitário e nem avisa aos familiares. Só em Caxias, Pérola das Colônias e Capital INTERGALÁCTICA da Cultura.
Enquanto os funcionários da prefeitura reviraram os túmulos, Sartori segui com sua ENEBRIANTE campanha para ficar mais quatro anos revirando os ossos da cidadania.
Parece que a dobradinha PMDB e PDT vai começar a bradar um novo slogan: "Não importa se é árvores ou túmulos, o negócio é DIRRUBÁ". Ou ainda, "Tudo em nome do ASFALTO".
E o PV? Ainda seguirá como aliado da dobradinha Sartori/Alceu? Ou o Partido Verde não se importa mais com a função ECOLÓGICA das ÁRVORES?
E os túmulos revirados? Se o Sartori não acredita em fantasmas é melhor passar a acreditar, porque atrapalhar o sono profundo dos mortos não é a coisa mais indicada a se fazer.
well, agora fui
beijos nas crianças
sweet home
Nenhuma casa é lar sem amor, sem um bom vinho na adega (sic), sem cama quentinha, sem os discos organizados em odem alfabétrica.
Bom dia meu amor.
Bom dia meu amor.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
bastidores da disputa
Agora explico a piada do picolé. Mas ainda bem que nem todo mundo precisa da explicação. Mas já que o mundo é redondo e todos os dias vemos fotos pra mostrar que de fato o mundo é redondo, não custa nada.
Well, essa semana Eduardo Dall'Alba, poeta bem quisto por uns e não tão bem quisto por outros, foi citado em uma reunião de livreiros e coordenadores da Feira do Livro de Caxias. Por que citado? Boa parte das pessoas que estava na reunião escolheu Dall'Alba para ser patrono. Baseados em que? Carreira literária, of course.
MÃNS...e aí vem a QUESTÃ que eu tinha dito dias atrás...parte desse grupo não queria aceitar Dall'Alba. E sabe por que? Porque ele não é um cara legal, porque ele é sempre muito crítico com respeito à literatura na cidade, porque enquanto esteve na comissão de avaliação e seleção dos projetos Fundoprocultura ele sempre foi bastante rígido, não aceitando qualquer trabalho...e por aí vai.
Teve gente até que cogitou o fato de o irmão do Dall'Alba ser filiado e membro ativo do PT (partido de oposição ao atual governo em Caxias)...
Por isso, a efetivação de Dall'Alba como patrono ficou em banho maria. E por isso aquele meu post um pouco evasivo. Porque ainda era cedo e eu temia que um aprofundamento das reais questões atrapalhasse a candidatura dele. Agora que o título é dele, ninguém mais tasca. Espero.
Mas aquela paranóia de perder o palito de picolé premiado quase se consumou. Quase. Não fosse a certa boa pressão do Carlinhos Santos na coluna 3por4 e um ou dois telefonemas de um e outro aí...quem sabe Dall'Alba teria ao invés de uma boa surpresa uma péssima notícia...porque teríamos de contar a ele o quase-título-que-quase-ganhou.
Felizmente a história teve um desfecho diferente. Chato vai ser administrar esse fato diante de todos. Principalmente quando todos os participantes daquela reunião apertarem a mão de Dall'Alba. A consciência vai pesar. E alguns poderão até ficar rubros tamanha raiva-e-ou-vergonha.
Mas aí, é como dizia meu avô: "cada um com seus problemas".
Dall'Alba patrono da Feira do Livro 2008, parabéns.
Só pra não dizer que não falei em poesia:
“Os olhos verdes práticos falando a ouvidos moucos.
As vozes tortas, sádicas, enquanto amigos, cínicos
a olhar a foz do córrego. Esparramando-se no tálamo
dentro da casa, frívola”.
Well, essa semana Eduardo Dall'Alba, poeta bem quisto por uns e não tão bem quisto por outros, foi citado em uma reunião de livreiros e coordenadores da Feira do Livro de Caxias. Por que citado? Boa parte das pessoas que estava na reunião escolheu Dall'Alba para ser patrono. Baseados em que? Carreira literária, of course.
MÃNS...e aí vem a QUESTÃ que eu tinha dito dias atrás...parte desse grupo não queria aceitar Dall'Alba. E sabe por que? Porque ele não é um cara legal, porque ele é sempre muito crítico com respeito à literatura na cidade, porque enquanto esteve na comissão de avaliação e seleção dos projetos Fundoprocultura ele sempre foi bastante rígido, não aceitando qualquer trabalho...e por aí vai.
Teve gente até que cogitou o fato de o irmão do Dall'Alba ser filiado e membro ativo do PT (partido de oposição ao atual governo em Caxias)...
Por isso, a efetivação de Dall'Alba como patrono ficou em banho maria. E por isso aquele meu post um pouco evasivo. Porque ainda era cedo e eu temia que um aprofundamento das reais questões atrapalhasse a candidatura dele. Agora que o título é dele, ninguém mais tasca. Espero.
Mas aquela paranóia de perder o palito de picolé premiado quase se consumou. Quase. Não fosse a certa boa pressão do Carlinhos Santos na coluna 3por4 e um ou dois telefonemas de um e outro aí...quem sabe Dall'Alba teria ao invés de uma boa surpresa uma péssima notícia...porque teríamos de contar a ele o quase-título-que-quase-ganhou.
Felizmente a história teve um desfecho diferente. Chato vai ser administrar esse fato diante de todos. Principalmente quando todos os participantes daquela reunião apertarem a mão de Dall'Alba. A consciência vai pesar. E alguns poderão até ficar rubros tamanha raiva-e-ou-vergonha.
Mas aí, é como dizia meu avô: "cada um com seus problemas".
Dall'Alba patrono da Feira do Livro 2008, parabéns.
Só pra não dizer que não falei em poesia:
“Os olhos verdes práticos falando a ouvidos moucos.
As vozes tortas, sádicas, enquanto amigos, cínicos
a olhar a foz do córrego. Esparramando-se no tálamo
dentro da casa, frívola”.
a chicreta da babalu
Nada é o que aprece. E de onde menos se espera é que vem o discurso que salva, a mão que balnça o berço, a explicação para a derrocada e a salvação da lavoura.
Adelar Bertussi, homem de boa fé, faca na bota, virtuose do acordeom, tropeiro da música gaúcha, faz mágica com chiclete.
Na quarta-feira acordou cedinho, tomou banho quase gelado, pôs o sapato mais bonito que tinha na casa laranja da Mulada, interior de Criúva, que por sua vez é interior de Caxias do Sul, e saiu a passo largo pra tomar o ônibus que o traria para Caxias do Sul. Aproveitou o sacolejo do ônibus e dormiu um pouco. Chegando na cidade, Capital Intergaláctica da Cultura, se aprumou e na hora de descer do ônibus tropeçou.
Não caiu no chão.
Mas a sola do sapato desgrudou quase todinha. Pobre Adelar. Saiu mancando, com medo de que o resto da sola ficasse pelo caminho. Avistou uma sapataria e foi o mais rápido que pôde. Não vale rir nessa hora. Pobre Adelar. Mancando.
- Olha, seu Adelar...vai demorar umas duas horas pra cola pegar aqui nessa sola. Porque o sapato é de couro e a sola de borracha.
- Ah, não...
- É Seu Adelar...é que se fosse colar couro em couro, ou borracha em borracha era mais fácil.
- Então deixa assim. Tchau e obrigado viu!?
Adelar saiu a passo pequeno, pensando em como resolver o probelma da sola que queria fugir. Pra pensar melhor no assunto resolveu tomar um café. Sentou-se no balcão e enquanto saboreava o amargo do café, perguntou ao atendente:
- O senhor tem aí chicreta?
- Chiclete, temos sim.
- E qual é a maior chicreta que vocês tem aí?
- Babaloo.
- Então me vê aí uma dessas chicreta de babalu.
Adelar mascou um pouco. Tirou a "chicreta de babalu" da boca, colocou na palma da mão e afinou a chicreta. Não é preciso ser gênio para deduzir que Adelar, o Tropeiro da Música Gaúcha, enfiou a chicreta de babalu entre a sola e o sapato.
- E não é que grudou? Olha aí, tô andando a passo largo de novo. Tô pensando em voltar lá na sapataria e mostrar minha invenção. Mas é que eu não sou burro, né! Pensei cá com meus botões... Chireta é um terror...onde gruda não desgruda mais... Pode ver, tem gurizada que adora colocar chicreta nas cadeiras pra quando a gente sentar ficar a chicreta grudada na calça. Não sai nem com reza braba.
Adelar, agora além de virtuose do acordeom, anda metendo banca de Professor Pardal.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
picolé premiado com poesia
Alguém de vocês já ganhou algo e depois teve de devolver? É como se a Kibon e seus picolés premiados não valessem de nada. Nada.
Pois bem, um passarinho verde me contou que tem um cidadão caxiense quase caindo nessa armadilha. Queriam dar a ele um título, mas parece, parece voltaram atrás.
Por que? Ora bolas, eu conto a piada e ainda querem que eu explique?
Aguarde as cenas dos próximos capítulos. Mas, infelizmente, nessa novela não vai ter cena de casamento. Nem a feia vai casar com o milionário.
É mais profunda a QUESTÃ.
Porque a poesia sempre é mais intensa e vívida do que a prosa. Venha de onde vier.
Assim como a paulada. Não importa de onde venha, sempre dói.
metal caxiense nas américas
Até parece disco riscado, mas, pô, tem horas que dá até raiva. Por que santo de casa nunca faz milagres? A banda Predator é mais um bom exemplo. Bom? Não. Excelente exemplo. Os caras são adorados mundo afora enquanto que em Caxias ninguém dá bola, ninguém sequer cumprimenta os caras por eles levarem o nome da cidade para outros países.
Tá marcado para começar neste final de semana uma tour pelo América do Sul. Inclui shows pelo Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai. Caxias não tem dado valor nem mesmo à música folclórica italiana (vide toda a polêmica na Festuva) o que dirá dar atenção pra banda de metal.
É pouca vergonha? Não...issso é Capital da Cultura.
O importante é que os artistas de Caxias continuam a fazer a sua vida, a trilhar a sua carreira, independentemente do tapinha nas costas.
Parabéns, Predator! Hate around the world tour!
Inté a volta
Tá marcado para começar neste final de semana uma tour pelo América do Sul. Inclui shows pelo Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai. Caxias não tem dado valor nem mesmo à música folclórica italiana (vide toda a polêmica na Festuva) o que dirá dar atenção pra banda de metal.
É pouca vergonha? Não...issso é Capital da Cultura.
O importante é que os artistas de Caxias continuam a fazer a sua vida, a trilhar a sua carreira, independentemente do tapinha nas costas.
Parabéns, Predator! Hate around the world tour!
Inté a volta
terça-feira, 15 de julho de 2008
punk alimenta a capital
caxias capital da cultura 2009?
Ah, não. Nesse quesito Caxias não pode se reeleger. Não nesse.
Well, Caxias é a Capital Brasileira (alguns dizem INTERGALÁCTICA) da Cultura, em 2008. Mas a cidade ainda espera realizações que justifiquem o prêmio. Enquanto isso, a ONG CBC (Capital Brasileira da Cultura), com sede e foro, em São Paulo, cujo secretário que atende ao telefone fala 'portunhol', já revela os concorrentes para ser Capital da Cultura em 2009.
Disseram que Caxias tentou a dobradinha, mas o chefe da ONG mostrou o regulamento e não dava. É que...quem sabe...com mais um ano de Capital, Caxias quem sabe...assim, quem sabe mesmo...não conseguisse enfim pôr em prática os planos que tanto e tanto e tanto idealizou. Ufa, até dá um cansaço escrever isso.
Well, seguindo, então a ONG CBC revela os concorrentes para virar Capital 2009. Ei-los aqui:
Areia (PB)
Mariana (MG)
Montenegro (RS)
São Luís (MA)
Senador Pompeu (CE)
Sendo gaúchos aguerridos e fortes, deveríamos todos nós caxienses torcermos para Montenegro, aquela cidade onde tem um pedágio comunitário, sabe? na ida pra Porto Alegre, a capital política do estado...sabe, né? MÃNS...TODAVIA...PORÉM...eu prefiro apostar em AREIA. Uma bela cidade esquecida no interior da Paraíba. A cidade tem 26 mil habitantes e no passado já se chamou Sertão de Bruxaxá. "Êta porra", como diria o escritor Marcelino Freire.
Então cantemos juntos:
"Eia, eia eia...Areia já ganhou" (no ritmo que mais lhe convir).
Requisitos culturais de AREIA:
"Areia foi a primeira cidade na Paraíba a ter a sua área totalmente protegida e preservada, obtendo do IPHAN o título de Patrimônio da Cultura Nacional, onde se destacam o Teatro Minerva (o primeiro construído na Paraíba); Casa Museu Pedro Américo, com inúmeras réplicas dos quadros deste que foi o mais célebre cidadão areiense, entre elas a famosa obra "O Grito do Ipiranga", encomendada a ele por Dom Pedro II, cujo original encontra-se no Museu do Ipiranga em São Paulo; a Igreja Rosário dos Negros e Museu da Rapadura, que apresenta as várias etapas da fabricação dessa iguaria e dos outros derivados da cana-de-açúcar. Tem também como atrativos muitas riquezas naturais no Parque Estadual Mata do Pau Ferro, com diversas fontes e balneários aquáticos. No seu calendário de eventos culturais se destacam: Festival da Cachaça e Rapadura, Festival de Música e Festival de Artes."
(BY RELEASE OFICIAL DA ONG)
Perceberam a semelhança com Caxias, Capital 2008? Os AREIANOS também têm a sua Festa da Uva. Mas lá, eles chamam o encontro enogastronômico de Festival da Cachaça e da Rapadura. Só não vendem EDREDÃO...nem CASACO de COURO porque lá não faz tanto frio como aqui. Mas ralador de batata e pastel na banha tem sim.
Well, quem quiser visitar AREIA, sem pagar muito caro, que vá logo. Porque em 2009, quando AREIA virar CAPITAL INTERGALÁCTICA DA CULTURA os preços vão subir cerca de 800%. Vide Caxias. Não conseguimos mais transitar pelas ruas da cidade sem encontrarmos centenas e centenas de turistas de todas as partes do mundo.
Tem até cineasta colombiano que veio pra cidade SÓ PORQUE AQUI É A CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA. Pena que ele encontrou mais gente por aqui que ODEIA e tem NOJINHO de estrangeiro, do que gente que lhe abre as portas de casa. Well, QUESTÃNS culturais.
Mas vamo que vamo.
Fui, até amanhã. Porque hoje fui pra AREIAS. Areias Brancas.
P.S.: A cidade ganhadora será divulgada pela ONG CBC no dia 31 de julho próximo. A Comissão Julgadora que analisará as candidaturas apresentadas estará formada por representantes do Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, IPHAN, Prefeituras de Olinda, São João del Rei e Caxias do Sul, e ONG CBC.
Well, Caxias é a Capital Brasileira (alguns dizem INTERGALÁCTICA) da Cultura, em 2008. Mas a cidade ainda espera realizações que justifiquem o prêmio. Enquanto isso, a ONG CBC (Capital Brasileira da Cultura), com sede e foro, em São Paulo, cujo secretário que atende ao telefone fala 'portunhol', já revela os concorrentes para ser Capital da Cultura em 2009.
Disseram que Caxias tentou a dobradinha, mas o chefe da ONG mostrou o regulamento e não dava. É que...quem sabe...com mais um ano de Capital, Caxias quem sabe...assim, quem sabe mesmo...não conseguisse enfim pôr em prática os planos que tanto e tanto e tanto idealizou. Ufa, até dá um cansaço escrever isso.
Well, seguindo, então a ONG CBC revela os concorrentes para virar Capital 2009. Ei-los aqui:
Areia (PB)
Mariana (MG)
Montenegro (RS)
São Luís (MA)
Senador Pompeu (CE)
Sendo gaúchos aguerridos e fortes, deveríamos todos nós caxienses torcermos para Montenegro, aquela cidade onde tem um pedágio comunitário, sabe? na ida pra Porto Alegre, a capital política do estado...sabe, né? MÃNS...TODAVIA...PORÉM...eu prefiro apostar em AREIA. Uma bela cidade esquecida no interior da Paraíba. A cidade tem 26 mil habitantes e no passado já se chamou Sertão de Bruxaxá. "Êta porra", como diria o escritor Marcelino Freire.
Então cantemos juntos:
"Eia, eia eia...Areia já ganhou" (no ritmo que mais lhe convir).
Requisitos culturais de AREIA:
"Areia foi a primeira cidade na Paraíba a ter a sua área totalmente protegida e preservada, obtendo do IPHAN o título de Patrimônio da Cultura Nacional, onde se destacam o Teatro Minerva (o primeiro construído na Paraíba); Casa Museu Pedro Américo, com inúmeras réplicas dos quadros deste que foi o mais célebre cidadão areiense, entre elas a famosa obra "O Grito do Ipiranga", encomendada a ele por Dom Pedro II, cujo original encontra-se no Museu do Ipiranga em São Paulo; a Igreja Rosário dos Negros e Museu da Rapadura, que apresenta as várias etapas da fabricação dessa iguaria e dos outros derivados da cana-de-açúcar. Tem também como atrativos muitas riquezas naturais no Parque Estadual Mata do Pau Ferro, com diversas fontes e balneários aquáticos. No seu calendário de eventos culturais se destacam: Festival da Cachaça e Rapadura, Festival de Música e Festival de Artes."
(BY RELEASE OFICIAL DA ONG)
Perceberam a semelhança com Caxias, Capital 2008? Os AREIANOS também têm a sua Festa da Uva. Mas lá, eles chamam o encontro enogastronômico de Festival da Cachaça e da Rapadura. Só não vendem EDREDÃO...nem CASACO de COURO porque lá não faz tanto frio como aqui. Mas ralador de batata e pastel na banha tem sim.
Well, quem quiser visitar AREIA, sem pagar muito caro, que vá logo. Porque em 2009, quando AREIA virar CAPITAL INTERGALÁCTICA DA CULTURA os preços vão subir cerca de 800%. Vide Caxias. Não conseguimos mais transitar pelas ruas da cidade sem encontrarmos centenas e centenas de turistas de todas as partes do mundo.
Tem até cineasta colombiano que veio pra cidade SÓ PORQUE AQUI É A CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA. Pena que ele encontrou mais gente por aqui que ODEIA e tem NOJINHO de estrangeiro, do que gente que lhe abre as portas de casa. Well, QUESTÃNS culturais.
Mas vamo que vamo.
Fui, até amanhã. Porque hoje fui pra AREIAS. Areias Brancas.
P.S.: A cidade ganhadora será divulgada pela ONG CBC no dia 31 de julho próximo. A Comissão Julgadora que analisará as candidaturas apresentadas estará formada por representantes do Ministério da Cultura, Ministério do Turismo, IPHAN, Prefeituras de Olinda, São João del Rei e Caxias do Sul, e ONG CBC.
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